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"Reservas dos bancos são muitíssimo superiores ao que precisam de captar"

A ex-ministra das Finanças comentou a criação de um imposto sobre os lucros extraordinários dos bancos em Itália.

"Reservas dos bancos são muitíssimo superiores ao que precisam de captar"
Notícias ao Minuto

09:15 - 11/08/23 por Notícias ao Minuto

Política Manuela Ferreira Leite

A antiga líder do PSD e comentadora, Manuela Ferreira Leite, alertou para a falta de investimento no sistema financeiro, considerando que os bancos têm reservas "muitíssimo superiores ao que precisam de captar", após a criação de um imposto sobre os lucros extraordinários dos bancos por parte do governo italiano.

No seu espaço de comentário na CNN Portugal, a antiga ministra das Finanças, durante o governo de Durão Barroso, explicou que "se o banco necessita, para a sua atividade, de ter recursos para os distribuir, é preciso que haja por onde os distribuir", mas a falta de procura tem afetado o sistema financeiro e criado uma grande diferença entre as taxas de juro cobradas e as taxas de juro dadas pelos bancos, e considerou também "demagógico o que se diz sobre os bancos e os juros".

"Eles [os bancos] captam os recursos para os distribuir, mas acontece que não há investimento suficiente. As reservas que os bancos têm são muitíssimo superiores ao que precisam de captar porque não existe a procura", disse.

Manuela Ferreira Leite referiu ainda que "o sistema financeiro precisa de pagar juros mais elevados por uma coisa que não precisa".

A antiga governante e líder social-democrata reagia à notícia vinda de Itália, com o governo liderado por Giorgia Meloni a aprovar a criação de um imposto de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos, limitado aos anos de 2022 e 2023, sem exceder 25% do património líquido. "É uma medida congruente e vai alimentar as reduções fiscais e apoiar as hipotecas. Não estamos a falar de alguns punhados de milhões, mas de milhares de milhões", disse na segunda-feira o vice-primeiro-ministro e líder da extrema-direita italiana, Matteo Salvini.

A notícia foi acolhida com receio por parte da bolsa, com as ações dos bancos europeus a tombarem por toda a Zona Euro. A reação levou o governo de Roma a reagir e a esclarecer que o novo imposto não pode ser superior a 0,1% do total dos ativos do banco.

Ferreira Leite defendeu ainda que as medidas aplicadas ao sistema bancário não são uma questão de justiça social, apontando que é "sensível à injustiça social, mas não a protagonizo neste tipo de medidas, porque é absolutamente demagógico o que se diz acerca dos bancos e dos juros e do tema em causa".

"É preciso termos muito cuidado com o que se passa no sistema financeiro, que tem sido origem de grandes crises a nível europeu e mundial, e temos de o olhar com enorme cuidado e importância, porque o sistema financeiro é como o nosso sistema circulatório: nós podemos ter uns pulmões fantásticos, um estômago muito bom, estarmos muito bem de cabeça e, simultaneamente, o sistema circulatório não funcionar. O que acontece? Morremos. O sistema financeiro é exatamente isto, é um sistema que vai captando onde há recursos e vai distribuindo onde eles são necessários. E é isto que faz a vida da atividade económica", esclareceu.

Leia Também: Itália. Governo cria imposto de 40% sobre lucros extraordinários da banca

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