>>A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, mostrou-se, esta sexta-feira solidária com a manifestações dos enfermeiros do setor privado que se encontram hoje em greve.
"Manifestação e greve só podemos prestar a nossa solidariedade. É uma luta muito corajosa. O setor privado tem muita precariedade, baixos salários, longas horas de trabalho"; referiu, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
Contando que falou com vários profissionais do setor, Mortágua referiu ainda que estes lhe contaram isso mesmo. "O SNS dá poucas condições de trabalho e horários excessivos - com pouco salário. Muitas pessoas acabam por vir para o privado aliciadas por horários um pouco melhores. Quando aqui chegam, o que encontram é precariedade, horários mais longos, e salários muito abaixo daquilo que iam ter porque depois também não progridem na carreira", contou.
A bloquista considerou que a situação é "uma corrida para o fundo", aproveitando-se também o setor privado "não dando condições laborais". "E o país vai ficando cada vez mais precário, com menos salários e grupos privados da saúde vão ganhando muito dinheiro porque entretanto estão a cobrar utentes - transformados em clientes - valores astronómicos por serviços que são prestados por enfermeiros privados e mal pagos", atirou.
"O negócio da saúde dá muitos lucros às empresas e acionistas privado. Esses lucros vêm de dois sítios: por um laod, da exploração de situações particulares das pessoas, dos tais utentes que acabam por ser transformados em clientes e pagam estes serviços. Mas do outro lado destes lucros também estão salários muito precários, longas áreas de trabalho", afirmou, referindo que uma das soluções é que o setor púbico dê condições aos trabalhadores, exigindo assim que o privado faça o mesmo.
[Notícia atualizada às 11h49]
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