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Líder do PAN sai em defesa de Costa após protestos: "Lamentável"

Inês Sousa Real sublinha que "não é pelo facto de alguém estar exposto publicamente que pode ser feita tábua rasa dos seus direitos e da sua dignidade".

Líder do PAN sai em defesa de Costa após protestos: "Lamentável"
Notícias ao Minuto

22:57 - 10/06/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política 10 de Junho

A líder do PAN, Inês Sousa Real, considerou "lamentável" as imagens que este sábado foram exibidas num protesto dos professores durante as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Peso da Régua, considerando que "formas de desrespeito" como o bodyshaming, o racismo, ou a xenofobia "em nada contribuem para o Portugal justo e solidário que sabemos ser". 

Sublinhe-se que, no protesto hoje ocorrido, os docentes exibiram cartazes com palavras como "respeito" e "demissão". Em alguns destes cartazes estava também a imagem do primeiro-ministro, António Costa, com dois lápis nos olhos e um nariz de porco.

"É lamentável que o dia 10 de junho, uma data em que tantas vezes evocamos o papel de Portugal na promoção de valores como a tolerância, a igualdade, a inclusão e a multiculturalidade, acabe marcado pelas imagens que foram hoje exibidas nos protestos", começou por escrever Inês Sousa Real, numa publicação divulgada no Twitter, sem nunca se referir diretamente ao nome do primeiro-ministro.

A líder do PAN sublinhou ainda que as imagens em questão "em nada dignificam uma luta legítima".

"Podemos e devemos exigir mais do Governo, mas não através de imagens que em nada dignificam uma luta legítima. O bodyshaming, o racismo, a xenofobia, entre tantas outras formas de desrespeito pelo próximo em nada contribuem para o Portugal justo e solidário que sabemos ser", acrescentou.

"E não é pelo facto de alguém estar exposto publicamente que pode ser feita tábua rasa dos seus direitos e da sua dignidade, nem normalizar-se a ofensa", rematou.

Recorde-se que as comemorações do Dia de Portugal, de Camões das Comunidades Portuguesas terminaram hoje no Peso da Régua com a tradicional cerimónia militar do 10 de Junho, depois de terem passado pela África do Sul.

À chegada à cerimónia, António Costa foi recebido com aplausos, mas professores em protesto marcaram também presença nas comemorações, tendo-se espalhado entre os populares.

Após ter terminado a cerimónia militar, António Costa percorreu a pé o trajeto desde a avenida do Douro até ao local escolhido para o almoço, tendo sido sempre seguido por muitos docentes que gritavam palavras de ordem.

À chegada ao local do restaurante, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto. Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder aos comentários, mas, depois, virou-se para trás e gritou "racista", visivelmente exaltado.

Vaiado pelos professores, o primeiro-ministro foi, no entanto, acarinhado por muitos populares que lhe disseram: "bem-vindo ao Douro", "estamos aqui para apoiá-lo" e a "Régua está consigo".

"Eu sinto-me muito bem no Douro e em todo o país", apontou, voltando a insistir que o barulho de fundo que o acompanhou "é um direito de manifestação".

"Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida", frisou.

Na conversa que manteve com uma docente, António Costa disse que os professores "são muito injustos".

"São muito injustos e são injustos porque estão a protestar contra um Governo que pôs fim ao congelamento da carreira", afirmou, tendo sido interrompido pela professora a quem disse: "posso falar eu? Também quero respeito".

E insistiu referindo que "pela primeira vez está com a carreira descongelada desde 2018, uma carreira que há muito tempo nunca teve tantos anos sucessivos de descongelamentos".

"Portanto nós descongelamos, mantemos a carreira descongelada e garantimos que a carreira continuará descongelada. A recuperação do tempo que foi feita foi exatamente na mesma medida que foi para as restantes carreiras, referente 70% do tempo congelado", afirmou.

Em segundo lugar, acrescentou, tendo em conta que o "descongelamento não teve o mesmo impacto nas pessoas em função da posição em que estavam nas carreiras" e, por isso, explicou, foi "criado um acelerador", onde se eliminou a quota.

Neste diálogo, António Costa foi sendo constantemente interrompido e pedindo para o deixarem falar, tentando apontar várias medidas tomadas pelo Governo relativamente à classe.

Antes ainda, com uma outra docente proveniente da Póvoa de Lanhoso, o chefe do Governo falou durante mais de 12 minutos, ouvindo as suas queixas e referindo-lhe que foi o Governo "que abriu o diálogo" e que os interlocutores são os sindicatos.

António Costa ficou, inclusive, com o contacto telefónico desta professora para combinarem uma conversa sobre as "questões pedagógicas" que também preocupam os docentes.

Leia Também: 10 de Junho. Professores com cartazes vermelhos exigem "respeito"

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