Futuro do CDS-PP? "Constrói-se olhando em frente e com toda a gente"
O antigo líder do CDS-PP Manuel Monteiro desvalorizou hoje as desavenças passadas com o seu sucessor à frente do partido em 1998, Paulo Portas, dizendo que o futuro dos democratas-cristãos constrói-se a "olhar em frente" e com todos.

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Política CDS-PP
À entrada para um almoço organizado pelo Instituto Amaro da Costa, a que preside, Monteiro justificou o convite a Paulo Portas para ser o primeiro orador de um ciclo de conferências em declarações aos jornalistas ao lado do presidente do CDS-PP, Nuno Melo, mas sem o antigo vice-primeiro-ministro nas imagens, que apenas disse à comunicação social tratar-se de um almoço fechado.
"Este almoço que hoje aqui fazemos procura ir ao encontro do testemunho de Amaro da Costa -- que criou este Instituto em '75 para juntar pessoas da área da democracia-cristã - e, de forma clara e objetiva, dar seguimento à iniciativa do presidente Nuno Melo, que me pôs novamente a conversar com o Dr. Paulo Portas", explicou Monteiro.
Monteiro, que presidiu ao CDS-PP entre 1992 e 1998 e saiu em 2003 para fundar a Nova Democracia (tendo voltado ao partido em 2020 pela mão do anterior líder Francisco Rodrigues dos Santos), elogiou o papel de Nuno Melo ao procurar juntar pessoas que, "por um motivo ou por outro, estiveram de costas voltadas".
Questionado se já fez as pazes com Paulo Portas -- que lhe sucedeu na liderança do CDS-PP, depois da rutura entre ambos, após terem feito um percurso conjunto no partido -, Monteiro respondeu que "o caminho faz-se caminhando".
"O que está para trás está para trás, o futuro constrói-se olhando em frente e não para trás, cada um tem um passado que não nega, cada um de nós tem uma ligação profundíssima ao CDS-PP, o que nos interessa agora é o futuro (...) Se não fosse assim não estávamos aqui", assegurou.
Aos jornalistas só foi permitido captar imagens da sala ainda vazia, mas foi possível verificar que Manuel Monteiro e Paulo Portas tinham lugares marcados lado a lado, numa mesa estreita para seis pessoas, uma delas o presidente Nuno Melo.
"Não temos doenças, graças a Deus, nada se pega, o que se possa pegar é bom", ironizou Monteiro, questionado sobre a proximidade com Portas.
Já sobre a união do CDS-PP, considerou que "esse problema está ultrapassado", num ponto também frisado pelo presidente do partido.
"Se tivesse de encontrar uma nota distintiva do meu mandato seria a vontade de contar com toda a gente, com quadros - o CDS-PP é um partido de quadros e não de gritos -- e o dr. Paulo Portas e dr. Manuel Monteiro representam isso mesmo", salientou Nuno Melo.
O presidente do CDS-PP, partido que perdeu a representação parlamentar nas legislativas de 2022, acrescentou que o partido "luta muito" para recuperar esse espaço político.
"Está unido e com vários dos seus principais protagonistas de muitos ciclos, o partido é um grande denominador comum", disse, lembrando que quer Portas quer Monteiro já apoiaram a sua candidatura à liderança no ano passado.
Questionado sobre o facto de não ter sido possível à comunicação social registar o aperto de mão entre os dois antigos líderes, Nuno Melo disse que este almoço não era "um 'Perdoa-me'".
"Estamos a pensar no futuro e a falar para fora, muito menos do que para dentro, interessa-nos Portugal com os melhores juntos, num ciclo que é de grande unidade", acrescentou.
Na conferência, fechada a pedido do orador segundo a organização, o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas tinha como tema "Reflexões sobre uma sociedade justa", e como perguntas de partida "A globalização é justa? e a digitalização é humanista?".
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