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CPI à TAP? PCP salienta que foram "apurados factos substanciais"

PCP faz balanço da CPI à TAP e salienta que foram "apurados factos substanciais". Bruno Dias diz, no entanto, que é necessário "penetrar através da espuma dos casos mediatizados".

CPI à TAP? PCP salienta que foram "apurados factos substanciais"
Notícias ao Minuto

13:12 - 30/05/23 por Notícias ao Minuto

Política PCP

O deputado do PCP Bruno Dias fez, esta terça-feira, um balanço sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Gestão da TAP, quase dois meses depois do seu início.

"Já foram apurados factos substanciais. A indemnização paga a Alexandra Reis é ilegal e terá de ser devolvida. Quem pagou a indemnização ilegal foram o presidente do Conselho de Administração e a presidente da Comissão Executiva - e ambos já foram demitidos. Quem autorizou a indemnização ilegal foram o ministro Pedro Nuno Santos e secretário de Estado Hugo Mendes - e ambos já se demitiram", enumerou, em declarações na Assembleia da República.

O comunista considerou, no entanto, que "talvez por isso o foco do tratamento mediático da CPI tem-se deslocado para questões laterais", que muitas vezes são, de acordo com Bruno Dias "empoladas". "Contribuindo, em larga medida, não apenas para desvalorizar a TAP e atacar a existência de empresas públicas, mas também para corroer as instituições e regime democrático", considerou. 

O deputado sublinhou ainda que para os comunistas é importante falar da TAP, não para a vender "depressa", mas sim para a desenvolver. "Para quem conseguir penetrar através da espuma dos casos mediatizados é possível tirar, desde já, importantes conclusões", disse, referindo-se à economia nacional.

"Continuaremos a intervir na comissão de inquérito, quer na fase das audições que ainda não terminou, quer perante o relatório que venha a ser produzido, mas quando assistimos todos os dias à necessidade de tirar consequências do que se está a passar na comissão de inquérito, gostaríamos de sublinhar o seguinte: é preciso tirar consequências", defendeu. Ressalvando que o PCP não está a "falar de demissões", Bruno Dias pediu mudanças de "práticas e políticas".

Bruno Dias sublinhou ainda que a CPI permitiu concluir algumas coisa sobre o processo de privatização, nomeadamente, que já saíram deste inquérito parlamentar está "a importância da TAP para a economia nacional", e também que  David Neelman "usou dinheiro da TAP para fingir que estava a capitalizar a TAP". "Quando chegou a pandemia, não só fugiu às responsabilidades, como foi recompensado com milhões de euros que o Governo PS conscientemente lhe ofereceu para ir embora", acusou.

"A comissão de inquérito já demonstrou também que o Governo PS não andou bem. Recuperou a propriedade pública da TAP, mas os privados continuaram a mandar", condenou, apontando ainda que "a TAP está a ser sobrecapitalizada para permitir que o futuro comprador privado a possa adquirir a preço de saldo".

"Os trabalhos da CPI também já permitiram conhecer melhor muito do que esteve escondido do povo português sobre o processo de reestruturação que foi imposto pela UE  e pelo governo PS como antecâmara da privatização", rematou.

Reestruturação da TAP

Sobre a reestruturação da empresa, Bruno Dias recorreu a uma expressão do antigo 'chairman' da TAP Manuel Beja: "o ataque aos trabalhadores foi até ao osso".

"Por fim, os trabalhos da comissão de inquérito também já mostraram que um dos problemas da TAP é ter sido gerida -- mesmo quando era uma empresa pública -- como se fosse uma empresa privada", lamentou.

Para os comunistas, é por isso imperioso que se acabe "com a importação dos piores tiques da gestão privada, incluindo as remunerações milionárias dos seus administradores", bem como com "o segredo e a confidencialidade na gestão pública".

O PCP quer ainda "repor o que foi cortado" aos trabalhadores da TAP, os "verdadeiros salvadores da empresa", contratando ainda os que são necessários para "garantir a operação e o desenvolvimento" companhia aérea.

Na opinião de Bruno Dias, já foram apurados os "factos substanciais" sobre o processo que levou à criação desta comissão de inquérito, uma vez que "a indemnização paga a Alexandra Reis é ilegal e vai ter de ser devolvida" e quem pagou e quem autorizou este pagamento já foi demitido ou se demitiu.

"Talvez por isso, o foco do tratamento mediático da comissão de inquérito tem-se deslocado para questões laterais, muitas vezes empoladas, contribuindo em larga medida, não apenas para desvalorizar a TAP e atacar a existência de empresas públicas, mas também para corroer as instituições e o regime democrático, num ambiente tóxico no qual o PCP não só não se revê como tem procurado contrariar", enfatizou.

[Notícia atualizada às 14h17]

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