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Fim de ciclo socialista? "Verdade em Espanha e pode ser em Portugal"

O "descalabro socialista" que foram os resultados das eleições me Espanha para o partido do governo levou à antecipação de eleições. Mariana Mortágua e Cecília Meireles comparam a situação com Portugal, dadas as semelhanças na governação.

Fim de ciclo socialista? "Verdade em Espanha e pode ser em Portugal"
Notícias ao Minuto

08:56 - 30/05/23 por Teresa Banha

Política Espanha

A ‘onda socialista’ que governa a Península Ibérica deu, no domingo, sinais de que pode não se manter durante muito mais tempo quando, perante os resultados das eleições regionais espanholas, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), no governo, passou a liderar apenas quatro executivos municipais – uma perda de mais de metade, já que liderava nove das regiões.

A derrota, descrita pela imprensa espanhola como um “descalabro socialista”, levou a que o chefe de Estado espanhol, Pedro Sánchez interrompesse a legislatura, convocando eleições antecipadas para 23 de julho.

Por cá, o assunto não passou despercebido, e, na segunda-feira, Mariana Mortágua e Cecília Meireles comentaram a situação no programa ‘Linhas Vermelhas’, emitido na SIC Notícias, comparando mesmo a situação com Portugal.

“A semelhança que eu encontro é esta sensação de fim e mudança de ciclo. É verdade em Espanha, e pode também ser verdade em Portugal”, começou por defender a ex-deputada do CDS, sublinhando, no entanto, que era preciso também olhar para as diferenças entre os dois países.

“Espanha não é um Estado-nação no mesmo sentido do que em Portugal”, lembrou, apontando como diferenças as questões relacionadas com o independentismo, cujos problemas se tornaram mais “agressivos” e até “gravíssimos”. “Esta parte é diferente, e muda muito o cenário político. A ideia de fim de ciclo? Em Portugal também se começa a sentir que há aqui qualquer coisa que já não dá mais”, rematou.

Já Mariana Mortágua, alertou também para o ‘perigo’ que é “transpor leituras de um país para o outro”, recordando que estas eleições eram a nível regional. Ainda assim, a líder-eleita do Bloco de Esquerda reforçou a ideia da colega de painel, dizendo que em Portugal há mais consolidação. “Temos um Estado-nação consolidado há muitos anos e no Estado espanhol há muita diversidade de especificidades locais”, reforçou, caracterizando estas especificidades como “muito fortes”. a muito fortes.

Considerando que “esta viragem à Direita” que se tem vindo a observar é sinal de “desgaste dos partidos socialistas”, a bloquista explicou porque razão esta se tem vindo a intensificar. “Vivemos uma crise social, que se espalha, e que nunca se resolveu desde a crise financeira de 2008”, apontou, acrescentando que depois desta veio a austeridade e a pandemia de Covid-19. “As pessoas estão sempre em crise e com a sensação de que vão empobrecer”, atirou.

Considerando que nem os socialistas, nem os governos que estes formam conseguiram dar resposta às questões que daqui resultaram, nomeadamente, com os problemas ao nível do desemprego.

Sublinhando o “estrondoso” resultado à Esquerda na Galiza, Mortágua sublinhou que “a leitura nacional é a vitória da Direita, a derrota do PSOE e do Unidas Podemos”, que faz coligações com o primeiro. “Se o governo do PSOE é castigado, não há forma de o Podemos não seja castigado também”, rematou.

Já na segunda-feira, o líder do Partido Popular de Espanha, atualmente na Oposição, reivindicou uma vitória clara nas eleições regionais e municipais de domingo, que considerou serem o início de "um novo ciclo político" no país.

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