Depois de o líder do partido de extrema-direita Chega, André Ventura, ter acusado o Bloco de Esquerda (BE) de ter eleito Mariana Mortágua para o cargo de coordenadora “em congresso, de mão no ar, sem votação secreta”, a deputada bloquista Joana Mortágua esclareceu que as urnas estiveram abertas “durante dois dias”, apontando, inclusivamente, para o facto de as televisões nacionais terem mostrado "a Mariana a votar em urna".

“Viram a malta a votar as moções e começaram a dizer que elegemos a Mesa Nacional de braço no ar. Tivemos as urnas abertas durante dois dias, mas isso não interessa nada. Santa paciência para levar com gente burra e mentirosa”, atirou, através da rede social Twitter.

A irmã da agora líder bloquista incluiu, na mesma publicação, uma imagem das declarações proferidas por André Ventura, esta segunda-feira, bem como o regulamento da XIII Convenção Nacional do BE, ressalvando que “as televisões passaram imagens da Mariana a votar em urna”.

“Literalmente passou na televisão”, reforçou.

Viram a malta a votar as moções e começaram a dizer que elegemos a Mesa Nacional de braço no ar. Tivemos as urnas abertas durante dois dias mas isso não interessa nada. Santa paciência para levar com gente burra e mentirosa. https://t.co/YZsTiyCccl pic.twitter.com/t2InpeU3Hq

— Joana Mortágua ️‍️‍️ (@JoanaMortagua) May 29, 2023

Isto porque, enquanto outros felicitaram a nova dirigente do BE, o líder da extrema-direita considerou que o partido de esquerda elegeu "o pior que a política tem", atirando que, "além da apropriação ilegal de dinheiro público (que teve de devolver), Mortágua tem um profundo ódio às empresas e aos empresários, desprezo pelos portugueses comuns e uma obsessão doentia com minorias".

O responsável acusou ainda que "a nova coordenadora do Bloco foi eleita, em congresso, de mão no ar, sem votação secreta", o que é "nulo e ilegal". "Se fosse no Chega, o que já estaria a ser dito? Que alarmes já teriam soado?", questionou.

De notar que a XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda decorreu este fim de semana, tendo sido marcada pela despedida de Catarina Martins. Mariana Mortágua era a grande favorita a suceder ao cargo de coordenadora do BE, o que foi confirmado no domingo.

A bloquista tomou o pódio com uma vitória expressiva, tendo arrecadado 67 dos 80 mandatos no órgão máximo do BE entre convenções, enquanto a moção adversária, de Pedro Soares, amealhou apenas 13.

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