Aumento de salários "não é capricho" mas sim uma "necessidade objetiva"

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, insistiu hoje na necessidade de um aumento geral dos salários, defendendo que "não é um problema de capricho" mas de "necessidade objetiva" corroborada pelos dados divulgados pelo INE .

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Lusa
11/05/2023 14:12 ‧ 11/05/2023 por Lusa

Política

PCP

Paulo Raimundo falava aos jornalistas após uma reunião com o Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa, altura em que foi questionado sobre o facto de o salário bruto total mensal médio em Portugal ter diminuído 0,6% em termos reais no primeiro trimestre, face ao mesmo período de 2022, sendo que apenas o setor privado registou acréscimos reais nas remunerações, dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Temos colocado uma questão e voltamos a colocar, e os dados provam isso: é que o aumento geral dos salários é uma questão de emergência nacional", disse.

O secretário-geral do PCP defendeu que esta é uma questão na qual é necessário continuar a insistir.

"É um processo que é para continuar e não é um problema de capricho, é um problema de necessidade objetiva", salientou.

Além do aumento geral dos salários, os comunistas defendem um "aumento intercalar imediato" bem como o aumento das pensões.

"Não era preciso esses resultados do INE para justificar isso, basta a vida de cada um para perceber isto, mas esses dados vêm comprovar essa questão que é uma questão fundamental", acrescentou.

Paulo Raimundo salientou que "o Governo há seis meses dizia que não era possível aumentar pensões porque rebentava com a Segurança Social, não era possível aumentar salários porque isso era criar uma espiral inflacionista, nunca mais ninguém nos via" e que "não era possível interferir nas questões dos preços" por causa da guerra na Ucrânia, ou intervir na habitação por causa do mercado.

"E depois a luta dos trabalhadores, do nosso povo, obrigou-o a intervir nisso tudo. Com medidas muito limitadas, insuficientes, e que não respondem aos problemas mas foi obrigado a ceder. Por isso é preciso continuar com essa insistência", afirmou.

O dirigente comunista disse ainda que "também no setor privado verificam-se aumentos de salários muito importantes em muitas empresas e muitos setores, exatamente pela via da luta organizada dos trabalhadores".

De acordo com os dados do INE, "em termos reais, tendo por referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total mensal média diminuiu 0,6%, assim como a sua componente regular [que exclui subsídios de férias e Natal, sendo, portanto menos sazonal], enquanto a componente base diminuiu 0,4%".

Estes resultados abrangem 4,5 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, mais 4,2% do que no mesmo período de 2022.

Leia Também: PCP "preparado" para eleições, apesar de não ser "o momento"

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