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"O que o Presidente da República quis fazer foi declarar guerra aberta"

As declarações são da antiga eurodeputada socialista Ana Gomes em análise ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa ao país.

"O que o Presidente da República quis fazer foi declarar guerra aberta"
Notícias ao Minuto

23:34 - 04/05/23 por Inês Frade Freire

Política Ana Gomes

A antiga eurodeputada socialista Ana Gomes analisou as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a crise no Governo e a demissão rejeitada do ministro das Infraestruturas, por parte de António Costa, afirmando que "o Presidente da República ficou exposto" após andar "a ameaçar há um ano que poderia dissolver a Assembleia".

Na ótica de Ana Gomes, em comentário na SIC Notícias, a não dissolução do Parlamento por parte do Presidente da República prende-se com o facto de "o primeiro-ministro ter virado o jogo ao dar a entender a divergência com o presidente acerca do ministro Galamba".

"Marcelo não o pode por erro seu, por já o ter feito em 2021 e por essa dissolução em 2021 ter resultado numa maioria absoluta do Partido Socialista", argumenta, assumindo que, por isso, "hoje não tem a possibilidade de dissolver mesmo quando está em conflito aberto com o Governo sobre um ministro". No entanto, exorta, "a dissolução está no ar, a prazo".

Para a antiga eurodeputada socialista, o chefe de Estado pode, no entanto, dizer "'acabou este bloco central entre os palácios [de Belém e São Bento]' após sete anos dessa intensa relação". "Ficou evidente", completou. 

"O Governo está preparado para eleições e o Presidente não está preparado para eleições e, portanto, não pode dissolver a Assembleia da República", argumentou. Face a isso, Ana Gomes apontou que resposta de Marcelo vai ser "desgastar o Governo", como reforçou no discurso ao país.

Segundo a comentadora, "o que, no fundo, o Presidente da República quis fazer foi declarar guerra aberta".

Ana Gomes considerou ainda que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, na origem desta "divergência de fundo" com Costa "é um cadáver adiado no Governo" que "dá imenso jeito ao primeiro-ministro".

Recorde-se que, na terça-feira, o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas protagonizaram um momento que marcou a agenda política do país, e o Presidente da República não ficou, de todo, fora da polémica.

Galamba demitiu-se, Costa segurou-o (apesar de haver quem ache que foi tudo um teatro) e Marcelo discordou, mas em silêncio. Da Presidência, quando o país inteiro debatia a decisão do chefe do Governo, surgia apenas uma nota de discordância.

A missiva dizia que o Presidente "não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro" e que o mesmo "discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem".

Leia Também: PS em silêncio e oposição dividida. As reações ao 'ralhete' de Marcelo

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