O secretário-geral do Partido Social-Democrata (PSD), Hugo Soares, defendeu, esta quarta-feira, que "não cabe ao PSD convocar eleições antecipadas", apesar de acusar o Governo de empobrecer "o país e as instituições".
"O que está nas mãos do PSD é denunciar o caos em que está o Governo e apresentar um projeto alternativo de esperança, um projeto alternativo de verdade, um projeto alternativo de dignidade institucional, que é aquilo que falta a Portugal", afirmou, em declarações na CNN Portugal.
Admitindo não saber qual será a decisão do Presidente da República quanto à decisão do primeiro-ministro em 'segurar' o ministro das Infraestruturas, Hugo Soares assume que "respeitará aquela que for a decisão" de Marcelo Rebelo de Sousa e comparou mesmo este caso ao de Pedro Nuno Santos, que ocupou anteriormente a mesma pasta.
Num frente a frente com o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, que defendeu que o primeiro-ministro teve uma atitude "de grande coragem e dignidade institucional", Hugo Soares respondeu que António Costa "passa a vida a sacudir a água do capote" sem assumir "nenhuma responsabilidade".
Nós temos um Governo em agonia, um Governo moribundo, que se vai arrastando na governação."
O secretário-geral social-democrata enfatizou que "toda a gente, o país" e até mesmo grandes nomes do Partido Socialista defendiam, ao longo dos últimos dias, não só a demissão do ministro das Infraestruturas, mas uma remodelação no Governo.
Hugo Soares acusou mesmo João Galamba de ter mentido "escandalosamente aos portugueses", mas considerou que "não foi o único". "A prática da mentira é uma prática constante dos membros deste Governo", apontou.
"O senhor Presidente da República pode entender que não é o momento de dissolver a Assembleia da República, pode entender que é preciso levar a comissão de inquérito da TAP até ao fim, doa a quem doer, especialmente ao Partido Socialista", frisou, antes de se dirigir novamente a João Torres: "A autoridade política, a dignidade política deste Governo, a relação de confiança que se exige entre o povo e as instituições que nos governam acabou."
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