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IL afasta acordo pré-eleitoral com PSD, mas admite "alternativa" conjunta

Rui Rocha falou sobre almoço com Luís Montenegro, onde ficou definido o objetivo de manter a "comunicação para promover uma solução alternativa em Portugal".

IL afasta acordo pré-eleitoral com PSD, mas admite "alternativa" conjunta
Notícias ao Minuto

23:01 - 03/05/23 por Notícias ao Minuto

Política Rui Rocha

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, esclareceu, na quarta-feira, que "não haverá nenhum tipo de entendimento pré-eleitoral" com o PSD, mas admitiu, após um almoço com Luís Montenegro, que foi dado um "sinal" de que "há uma alternativa para Portugal", e que a IL e o PSD "são os protagonistas possíveis dessa alternativa".

Rui Rocha começou por dizer, em entrevista na SIC Notícias, que o almoço de hoje, onde foi abordada uma solução de Governo à direita, já estava previsto "há algum tempo" e não decorreu da crise política que hoje se vive na sequência da polémica com o ministro das Infraestruturas, João Galamba.

"Este era um almoço que já tínhamos previsto há algum tempo, não tem a ver diretamente com esta situação que temos vivido nas últimas horas", apontou.

Segundo Rui Rocha, tanto ele, como líder do PSD, tinham intenção de estar neste encontro porque consideraram, "em determinado momento", "que era importante partilhar diagnósticos" sobre a situação do país. "Devo dizer que esse diagnóstico é coincidente em muitas linhas atuais", confessou.

Um sinal importante que foi dado: é de que há uma alternativa em Portugal

Para Rui Rocha, ambos têm "uma visão clara" de que o país está "num momento de degradação das instituições, degradação dos cenários políticos". "E isso preocupa-nos enquanto pessoas responsáveis", disse, notando que esta situação obriga a que sejam colocados "cenários".

"O compromisso que daqui saiu foi sobretudo mantermos uma linha aberta para avaliarmos futuros cenários e termos uma linha permanente de avaliação de futuros cenários", afirmou.

Questionado sobre se IL e PSD podem constituir um alternativa governamental, Rui Rocha foi claro: "Creio que isso também é um sinal importante que foi dado: é de que há uma alternativa em Portugal".

Admitindo que, ainda assim, há também questões diferentes "do ponto de vista das soluções e "visões" de ambos os partidos, Rui Rocha notou que ficou deste almoço, "sobretudo", o compromisso de manter uma "linha de diálogo".

O líder da Iniciativa Liberal esclareceu, contudo, que "não haverá nenhum tipo de entendimento pré-eleitoral", o que significa que, "quando chegar o momento", os partidos "apresentarão as suas listas com total autonomia". Ainda assim, há disponibilidade para "discutir" cenários em função dos resultados eleitorais.

"Não haverá nenhum tipo de entendimento pré-eleitoral. Portanto, os partidos, quando chegar o momento, apresentarão as suas listas com total autonomia, mas há essa disponibilidade depois para discutir, em função dos resultados eleitorais, os cenários que sejam possíveis traçar. [Um acordo pré-eleitoral] está completamente afastado", disse.

"Não entrámos propriamente em demais discussões foi sobretudo manter e criar uma linha de comunicação para promover uma solução alternativa em Portugal. Penso que o cenário que temos vivido, a degradação a que temos assistido nas últimas horas, impõe que haja esse sentido de responsabilidade", reiterou, após ser questionado sobre se as eleições europeias não poderiam representar um ensaio desse entendimento.

Notando que não entrou em muito "detalhe" no que diz respeito a entendimentos, ou sobre o que pode "afastar" IL e PS, Rui Rocha deixou claro que o seu partido sabe quais as "soluções" em que estaria disposto a participar. Para o liberal, um Governo apoiado pela IL "terá obviamente que reduzir os impostos", de "resolver a questão do acesso à saúde, das listas de espera, das questões da ausência de médicos de família", além de ser necessário olhar para a Justiça, não aceitando que "situações" como o Caso Marquês corram o risco de prescrição.

Interrogado sobre os Ministérios que a IL gostaria de assumir nesta solução de Governo à direita, Rui Rocha notou: "Não nos preocupamos de todo com isso. Não faz parte das nossas preocupações".

"Ao contrário de outros, aquilo que a IL tem muito claro é o país que quer. Tem a certeza que não quer este país e que quer um país muito diferente e, portanto, preocupa-nos a transformação do país, a criação de soluções para que o país possa evoluir", defendeu ainda.

Interrogado sobre se a direita pode afastar o Chega desta solução, Rui Rocha destacou que "a posição da IL a esse propósito é muito clara".

"Para além de questões, tem mais a ver com valorações, éticas, que têm a ver com questões de visão da própria sociedade. Nós somos absolutamente contrários a uma visão estatista, que está ligada às soluções populistas, mas é também pragmática. Nós não podemos aceitar uma solução para o país que tenha a instabilidade própria de entendimentos de partidos com essa natureza", defendeu.

A IL e o PSD são os protagonistas possíveis dessa alternativa, porque qualquer outra possibilidade está fora de causa e só contribuiria para piorar Portugal

A IL considera que "faz parte" das soluções aceleram uma alternativa à situação atual e que "há soluções que por serem populistas, por gerarem instabilidade, por ferirem ate princípios éticos, dificultam uma alternativa". 

Rui Rocha esclareceu ainda que "não há um próximo encontro marcado" com Luís Montenegro, mas que "é natural" que um dia "se possa fazer uma nova sessão desta natureza", uma vez que resultou deste primeiro encontro "a disponibilidade de ambos" de continuarem a falar.

Frisou também que os partidos vão continuar com "a missão de tratar da sua vida", manifestando também "um sinal claro na construção de uma alternativa para Portugal".

"A IL e o PSD são os protagonistas possíveis dessa alternativa, porque qualquer outra possibilidade está fora de causa e só contribuiria para piorar Portugal", rematou.

Leia Também: "Em qualquer país da UE, o Governo já tinha caído, não era só Galamba"

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