Parlamento assinala 49 anos da Revolução dos Cravos após receber Lula
O parlamento vai assinalar o 49.º aniversário do 25 de Abril com a tradicional sessão solene, que será precedida por uma cerimónia de boas-vindas ao Presidente brasileiro Lula da Silva, em visita de Estado a Portugal.
© Lusa
Política 25 de Abril
Contrariamente ao habitual, a sessão solene do 25 de Abril, na terça-feira, vai começar às 11h30, uma vez que às 10h00 decorrerá a sessão solene de boas-vindas ao Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em Portugal numa visita de Estado de cinco dias.
A participação do chefe de Estado brasileiro numa sessão na Assembleia da República no dia da Revolução dos Cravos esteve envolta em polémica, e mereceu fortes críticas da Iniciativa Liberal e do Chega, partido que anunciou uma manifestação de repúdio em frente ao parlamento.
Além desta ação de protesto anunciada pelo Chega, estão previstas mais três concentrações em locais próximos à Assembleia da República durante a manhã, de acordo com a PSP, que reforçará o policiamento com várias valências, incluindo o corpo de intervenção.
Depois da sessão de boas-vindas, que contará com intervenções de Lula da Silva e do presidente da Assembleia da República, arrancará a tradicional sessão solene do 25 de Abril, à qual o Presidente do Brasil já não assistirá, seguindo para Madrid com uma agenda que inclui reuniões com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, Filipe VI de Espanha e ainda um fórum empresarial.
No hemiciclo, às 11h30 começa a sessão solene, prevendo-se discursos dos oito partidos com assento parlamentar, por ordem crescente de representatividade: Livre, PAN, BE, PCP, IL, Chega, PSD e PS.
Discursará ainda o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, cabendo a última intervenção, como é habitual, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
No ano passado, na sessão comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril, que decorreu cerca de dois meses após o início da guerra na Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa centrou o seu discurso na necessidade de se investir mais e se darem mais condições às Forças Armadas.
À tarde, entre as 15:30 e as 18:00, o parlamento estará aberto ao público, assim como a residência do primeiro-ministro, em São Bento, estando previsto que os visitantes possam "circular diretamente" entre os dois espaços.
Nos jardins do Palacete de São Bento, está também previsto um programa com uma forte tónica cultural, que arranca às 14h30 e incluirá danças, espetáculos infantis, oficinas de prática artesanal ou ainda concertos, como o da fadista Ana Moura.
Ao mesmo tempo, decorre o habitual desfile popular pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, promovido por mais de 40 organizações da sociedade civil, partidárias e sindicais, entre as quais a Associação 25 de Abril, PCP, Bloco de Esquerda, PS, BE, PEV, ou ainda as centrais sindicais CGTP e UGT.
No apelo à participação deste ano, a comissão promotora do desfile enumera as áreas em que considera que "é preciso cumprir Abril", como a educação, saúde ou condições de vida, e defende em particular que é preciso responder ao "clamor dos professores".
Ao contrário dos últimos dois anos, em que organizou uma iniciativa própria, a Iniciativa Liberal vai também integrar este desfile, segundo disse fonte oficial do partido à Lusa.
Ainda durante a tarde, pelas 15:00, Marcelo Rebelo de Sousa irá participar, no Palácio de Belém, na cerimónia de tomada de posse dos três novos juízes do Tribunal Constitucional, em substituição de João Caupers, Pedro Machete e Lino Ribeiro.
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