António Costa marcou presença, esta quarta-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, onde foi feita uma homenagem ao fundador e primeiro líder do PS, Mário Soares, e à sua mulher Maria de Jesus Barroso, que contou com a presença dos principais dirigentes nacionais desta força política que hoje completa 50 anos desde a sua fundação, a 19 de Abril de 1973.

"Mário Soares é não só o primeiro fundador do PS, o primeiro líder do PS, como uma figura única e extraordinária da nossa história contemporânea", começou por salientar o atual secretário-geral do Partido Socialista (PS), acrescentando, frente aos filhos do antigo Presidente da República e primeiro secretário-geral do PS, João e Isabel Soares, que este sempre lutou contra a ditatura.

"Foi um herdeiro da velha tradição do liberalismo português. Herdeiro da tradição do republicanismo e da laicidade em Portugal. E também herdeiro dos primeiros valores do Partido Socialista fundado em 1875. Foi durante toda a sua vida um lutador contra a ditadura. Como advogado, como dirigente político, como cidadão sempre conspirou para derrubar a ditadura e não foi por acaso que a ditadura o elegeu também como um dos seus principais adversários", atirou António Costa, relembrando que Mário Soares foi "enumeramente preso", "deportado em São Tomé" e "obrigado ao exílio em França", onde o PS foi fundado.

"E foi precisamente quando estava no exílio em França que o Partido Socialista foi fundado e foi fundado num rasgo de visão que demonstrou grande coragem. Naturalmente, na unidade da luta antifacista existia uma grande unidade entre todas as mulheres e os homens de esquerda. Mário Soares foi dos primeiros a compreender que o fim da ditadura e a construção da democracia exigia a coragem de garantir a autonomia da Esquerda democrática, do Socialismo em liberdade, dos valores da social democracia e do trabalhismo, relativamente ao resto da Esquerda", realçou ainda o socialista, acrescentando que, "na altura muitos não o compreenderam".

Ainda segundo António Costa, "Mário Soares transcendeu o PS, mas a sua personalidade marcou para sempre o ADN do partido".

"Marcou-o na enorme tolerância de respeitar o pensamento adverso, no enorme cosmopolitismo e patriotismo, porque deu tudo pela sua pátria quando era preciso defender a liberdade e a democracia", advogou.

Sobre Maria Barroso, António Costa também teceu largos elogios. "Maria de Jesus Barroso Soares esteve como fundadora do PS, como militante anti-fascista de sempre que viveu e sofreu as amarguras da ditadura, que a impediu de continuar a ser a extraordinária atriz que era no Teatro Nacional e que para além de mãe, mulher, educadora foi sempre uma militante dedicada do Partido Socialista, na sua fundação, enquanto deputada pelo círculo eleitoral de Faro e pelo círculo eleitoral de Santarém e que também ao longo de toda a vida foi uma das primeiras militantes do PS", recordou.

Na homenagem a Mário Soares e Maria Barroso estiveram presentes o presidente do PS, Carlos César, o secretário-geral Adjunto, João Torres, os dirigentes José Manuel dos Santos, Fernando Medina, Duarte Cordeiro, Ana Catarina Mendes, Porfírio Silva, Eurico Brilhante Dias, o fundador José Leitão, o antigo ministro Jorge Lacão e o líder da JS, Miguel Costa Matos, entre outras figuras.

Recorde-se que o PS celebra esta quarta-feira 50 anos. No final do ano o partido vai assinalar outra data histórica: O centenário de Mário Soares, fundador do partido, através do qual chegou a primeiro-ministro duas vezes (1976-1978 e 1983-1985) e Presidente da República  (1986-1996).

[Notícia atualizada às 12h12]

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