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"Não quero que o Presidente seja um obstáculo ou um ajudante"

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, abordou a relação e tensão com Marcelo, as sondagens e o Governo - atual ou (eventual) seu.

"Não quero que o Presidente seja um obstáculo ou um ajudante"
Notícias ao Minuto

22:44 - 14/04/23 por Notícias ao Minuto

Política PSD

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, garantiu que "o PSD é que é a oposição e está focado em fazer oposição ao Governo", ao ser questionado, numa entrevista emitida esta sexta-feira pela CNN Portugal, sobre se o Palácio de Belém era o pior polo de oposição ao PSD e se sentia infantilizado.

Na audiência que terá esta semana, o líder social-democrata refere apenas que vai dizer a Marcelo Rebelo de Sousa a sua "opinião política sobre o país e, naturalmente, tudo o que é a ação do Presidente da República". "Só tenho a dizer que não quero, nem vou ganhar as eleições com a ajuda ou boleia do Presidente, vou ganhar as eleições e ser primeiro-ministro de Portugal com a confiança dos portugueses, com as políticas que vou apresentar, alternativas às do Partido Socialista", atira.

Na ótica de Montenegro, para que isso seja possível "não conta com o Presidente da República", conta consigo e com os que o acompanham. "Não quero que o Presidente da República seja um obstáculo nem um ajudante", frisa, considerando o chefe de Estado como um "árbitro da vida política" - no dia em que este se tornar "parte da vida política, está subvertido o espírito da Constituição", sublinha ainda.

Recordando que Marcelo voltou a afastar, no início da semana, a hipótese de uma dissolução do Parlamento - invocando a conjuntura e falta de "uma alternativa óbvia em termos políticos" -, sobre esta última o social-democrata diz discordar, apontando que "há uma alternativa": "Eu sou a alternativa com o meu partido, o Partido Social Democrata".

Invocando o argumento dado pelo Presidente da República e aludindo às sondagens, o líder partidário afinca que realmente "mostram que a alternativa existe". Além disso, esclarece que "há um ano, o Partido Socialista tinha mais 15 pontos percentuais nas sondagens que o PSD", observando-se que o partido "está a subir gradualmente nas sondagens e a um ritmo inferior que à descida do PS".

"Se o Governo cair, por responsabilidade que só pode ser sua, o PSD subirá imediatamente nas sondagens", aponta convicto, alegando que "o principal elemento que podemos extrair da evolução dos estudos de opinião é que há falta de confiança no Governo, é que o Partido Socialista perdeu efetivamente o apoio".

Montenegro aponta "que não está a fazer oposição ao Presidente", mas também espera que Marcelo "não esteja a fazer oposição à oposição". "Não me sinto diminuído pelas considerações do Presidente, o que não quer dizer que não discorde dessa posição, em concerto. Do ponto vista sistémico, um democrata tem sempre de dizer que há alternativa porque em democracia há sempre alternativa política", explana, defendendo que "no dia em que não houver alternativa, não vivemos em democracia".

Montenegro avança ainda que "PSD e IL juntos estão a 3 ou 4% da maioria absoluta no Parlamento", sugerindo que se os partidos "por um acaso" se juntassem e conseguissem "aglomerar os eleitorados", estariam a "3/4 pontos de ter o resultado eleitoral que o PS teve há um ano".

Recorde-se que o canal, que já tinha divulgado excertos da entrevista, mostrou declarações de Montenegro a desmarcar-se, primeira vez, de um eventual apoio político vindo do Chega. O líder do PSD disse que não terá um eventual governo laranja onde haja "imaturidade", palavra com que já descreveu - ainda esta semana - o partido liderado por André Ventura.

[Notícia atualizada às 23h33]

Leia Também: Nem coligação, nem políticos "racistas". PSD demarca-se de apoio do Chega

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