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"O nível de misoginia e empenho na destruição do Parlamento é indizível"

A deputada socialista Isabel Moreira criticou a troca de acusações entre Rita Matias, do Chega, e a vice-presidente da mesa da Assembleia, Edite Estrela.

"O nível de misoginia e empenho na destruição do Parlamento é indizível"

A deputada do Partido Socialista Isabel Moreira criticou, esta quinta-feira, a posição de Rita Matias, deputada do Chega - bem como de todo o seu grupo parlamentar -, perante a vice-presidente da mesa da Assembleia da República, a socialista Edite Estrela.

"O nível de misoginia e empenho na destruição do Parlamento é indizível. E é diário. No plenário, nas comissões, nos corredores", lamentou Isabel Moreira, numa publicação na rede social Facebook.

A socialista disse achar "muito bem" que o PS acuse o Chega de faltar ao respeito a Edite Estrela, partilhando na rede social uma notícia que dava conta dessa posição dos socialistas.

"Em primeiro lugar, se o presidente da Assembleia da República (PAR) retira a palavra a um deputado - como aconteceu - o deputado não pode continuar a falar. Tem de ouvir o PAR, ou quem o substitui (no caso era a Deputada Edite Estrela), que representa todo o Parlamento, e o tempo será compensado", disse Isabel Moreira, continuando: "Se o Deputado não concorda com a atuação em causa, pode reclamar, pode fazer uma interpelação à mesa, por exemplo."

Agora, o que não pode acontecer "jamais", argumentou a socialista, é "continuar a falar por cima do PAR, a rir, a clamar por liberdade de expressão", enquanto "a Deputada Rita Matias insulta a Presidente em exercício gritando 'você está senil'".

Troca de acusações

O incidente deu-se na quarta-feira, no plenário, quando o deputado do Chega Pedro Frazão respondia às questões colocadas pelos parlamentares de outros partidos, acabando por abordar a ida de Lula da Silva ao Parlamento.

Edite Estrela interrompeu a intervenção, pedindo que este se cingisse ao assunto que estava a ser debatido.

"Senhor deputado Pedro Frazão eu estou a interpelá-lo", disse Edite Estrela, sendo interrompida pelo deputado do Chega. "A senhora presidente aí em cima não pode ser deputada do Partido Socialista", atirou Frazão, com um coro de críticas dos outros deputados do Chega dirigidos à vice-presidente, nomeadamente Rita Matias, que gritava: "É uma vergonha."

Pedro Frazão continuou a insistir que era "livre" de usar o seu tempo e a sua liberdade de expressão, acabando Edite Estrela por pedir: "Senhor deputado, façamos um esforço para nos respeitarmos uns aos outros e quem quer ser respeitado dá-se ao respeito."

"A senhora presidente está a falar para si própria", voltou a interromper Pedro Frazão.

"Falo para quem me quer ouvir. O senhor deputado se não quer ouvir, pode tapar os ouvidos", respondeu a vice-presidente da Assembleia da República.

A frase acabou por despertar risos em Pedro Frazão e Rita Matias voltou a intervir: "Presida, presida (...) A senhora é uma vergonha."

Eventualmente, Edite Estrela perdeu a paciência e disparou, em direção à deputada do Chega: "Oh senhora deputada pode estar caladinha?", ao que Rita Matias retorquiu: "Não, não posso, não me manda calar."

Leia Também: "Caladinha". Deputados do Chega protagonizam discussão com Edite Estrela

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