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Costa Silva atuou "como incendiário". "Este ministro é erro de casting"

Marques Mendes foi taxativo, considerando haver "a sensação de que o Governo quis apenas fazer uma ação de propaganda, lançar as culpas para um setor em que é fácil, de facto, lançar, mas, em termos concretos, nada".

Costa Silva atuou "como incendiário". "Este ministro é erro de casting"
Notícias ao Minuto

22:59 - 19/03/23 por Daniela Filipe

Política Marques Mendes

O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Marques Mendes, teceu duras críticas à declarações do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, quanto ao papel do setor da distribuição no aumento dos preços de produtos alimentares, apontando, por isso, que o responsável se comportou “como um incendiário”, naquilo que qualificou como “um exercício de propaganda, populismo, demagogia”.

“O ministro da Economia, há uma semana, foi quase um verdadeiro incendiário, a lançar o dedo acusador sem factos e sem provas relativamente a um setor; isto não se faz. Depois recuou, mas acho que foi um exercício de propaganda, populismo, demagogia, e um ministro não deve fazer isso”, começou por dizer Marques Mendes, este domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC.

O social-democrata foi taxativo, atirando que “mais uma vez prova-se que este ministro é um erro de casting”.

Na sua ótica, também o Governo se mostrou irresponsável, uma vez que “ainda não fez pelo menos uma de duas coisas que já devia ter feito”, nomeadamente “promover junto de uma entidade independente, tipo Autoridade da Concorrência, a realização de um estudo caso a caso, produto a produto, para ver se há falhas e onde é que há falhas”. “Só depois pode falar”, explicou.

Nessa linha, o comentador exemplificou que, em França “houve um acordo, também patrocinado pelo Governo, para que os supermercados se comprometessem a baixar preços ou a limitar o seu crescimento”, atirando desconhecer o porquê de essa medida não ter sido tomada em Portugal.

Há a sensação de que o Governo quis apenas fazer uma ação de propaganda, lançar as culpas para um setor em que é fácil, de facto, lançar, mas, em termos concretos, nada”, disse.

Tensão entre Costa e Marcelo? "Se não existir pressão, a situação vai piorar"

O comentador abordou, entre outros temas, a “tensão” sentida entre o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, face às declarações do chefe de Estado de que o Partido Socialista (PS) está a governar com uma "maioria requentada" e "cansada". Na ótica de Marques Mendes, há, de facto, uma tensão no ar, mas este ambiente é “bom para o país”.

“No estado de degradação que hoje em dia existe, é bom que haja uma pressão do Presidente da República sobre o Governo. Se não existir essa pressão, então a situação vai piorar”, justificou.

O social-democrata foi mas longe, apontando que, com exceção da redução do défice e da dívida, o Governo, no poder há sete anos, “não tem obra a apresentar”. Mesmo agora, com maioria absoluta, o comentador considera que o Executivo “dá a sensação de que não sabe o que fazer, não há um projeto transformador”.

Marques Mendes assinalou ainda que “o Governo mudou de estratégia”, dando privilégio, sobretudo, “à comunicação e à propaganda”, que encarou como um presságio de dificuldades, tendo em conta a história.

“Foi sempre assim no passado. Quando os Governos entram em dificuldades, ligam-se à comunicação, e acho que isto é um erro. O problema deste Governo é um problema de política, de falta de resultados, de ação, de iniciativa, e de medidas”, disse, indicando que, por isso, “é bom que o Presidente da República seja mais interventor”.

Recorde-se que, no final da 34.ª Cimeira Luso Espanhola, em Lanzarote, Costa rejeitou os argumentos de Marcelo, contrapondo que muitos dos seus ministros são novos e que não havia uma maioria absoluta em Portugal desde 2009.

O chefe do Governo não deixou de lançar farpas a Marcelo, acentuando que "nunca comenta questões de política externa no exterior" e que mesmo em Portugal não lhe compete "fazer comentário político".

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