"As questões partidárias cada um que as resolva como muito bem entender mas uma coisa é certa toda esta polémica que neste momento se está a verificar em torno da situação interna do PS origina uma coisa: é que neste momento ninguém fala da profundíssima derrota que a coligação governamental teve, o PSD e o CDS, no último domingo", referiu o secretário-geral da CGTP.
Arménio Carlos defendeu que, com os resultados registados nas eleições Europeias, a coligação PSD/CDS-PP "não têm base eleitoral susceptível de continuar a governar": "Susceptível de justificar um conjunto de propostas que neste momento estão a preparar desde a destruição da contratação coletiva, a redução da contribuição, a denominada reforma do Estado para despedir trabalhadores e serviços públicos", referiu.
Questionado, então, se o PS está desta forma a beneficiar o Governo, Arménio Carlos considerou disse "ler de toda esta questão que a situação interna do PS está a descentrar as atenções daquilo em que se devia estar concentrados, ou seja exigir a demissão do Governo, exigir a convocação de eleições antecipadas".
O dirigente sindical falava aos jornalistas, em Santo Tirso, após um encontro com trabalhadores da fábrica têxtil JMA, começando por considerar a disputa pela liderança socialista ente António José Seguro e António Costa "uma questão que é do PS e compete ao PS no plano dos seus militantes e dos seus dirigentes resolver", mas acabou por falar em prioridades para "projetos pessoais e nacionais".
"Mais do que defender projetos pessoais e partidários, é preciso é defender os projetos nacionais de desenvolvimento económico e social do país e simultaneamente dar resposta às necessidades e anseios de tantas pessoas que cada vez vivem pior e com medo e sem esperança", concluiu.