"Perante esta escalada no valor dos empréstimos à habitação que, segundo o BCE, pode não ficar por aqui, as medidas anunciadas pelo Governo PS não só não contrariam os seus efeitos como continuam a alimentar os interesses da banca", referiu o PCP, em nota enviada à comunicação social.
Os comunistas alegam que o Governo português e o Banco de Portugal são coniventes com decisões do BCE que, defendem, "não podem continuar a ser refletidos na vida de quem tem empréstimos à habitação, ao mesmo tempo que os bancos anunciam lucros recorde".
Na mesma nota, o Partido Comunista Português defendeu a "subida dos salários e pensões", o "controlo e fixação de preços", a "substituição de importações por produção nacional" e o "fim da política de instigação da guerra e das sanções" como respostas aos efeitos da inflação.
"Para o PCP, mais do que nunca, é necessário assegurar que os aumentos da taxa de juro de referência sejam suportados pelos brutais lucros dos bancos, em vez de o serem pelos trabalhadores e o povo português, como está a acontecer", acrescentou o partido.
A posição do PCP foi divulgada no seguimento da decisão de hoje do Banco Central Europeu (BCE) de subir as suas taxas de juro em 50 pontos base, apesar da agitação que se vive no setor bancário.
A instituição justificou a decisão com a sua determinação em assegurar "um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo".
O BCE tinha anunciado a sua intenção de decidir um novo aumento de 50 pontos base logo após a sua última reunião, no início de fevereiro.
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