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Incidente com drone? Conflito está em "zona de grande risco de escalada"

Azeredo Lopes ressalvou ser necessário "saber se a Rússia pode ou não estabelecer zonas de exclusão aérea e se os Estados Unidos têm ou não direito de sobrevoar com as missões que entendam, neste caso uma missão de rotina".

Incidente com drone? Conflito está em "zona de grande risco de escalada"
Notícias ao Minuto

18:29 - 15/03/23 por Daniela Filipe

Política Ucrânia/Rússia

No rescaldo do incidente que envolveu um caça russo Su-27 e um drone norte-americano MQ-9 no Mar Negro, na terça-feira, o antigo ministro da Defesa português, Azeredo Lopes, advertiu que o conflito se encontra “numa zona de grande risco de escalada militar”, apontando que existem diversas dúvidas quanto às declarações tanto da Rússia, como dos Estados Unidos.

“Temos uma primeira dúvida, que é onde é que raio estava o drone, porque as declarações dos Estados Unidos são suficientemente vagas para deixarem em aberto qualquer questão, e a Rússia coloca-o numa zona de exclusão aérea que definiu quando iniciou o conflito contra a Ucrânia”, começou por dizer o responsável, em declarações à CNN Portugal, na noite de terça-feira.

Azeredo Lopes indicou, assim, ser necessário “saber se a Rússia pode ou não estabelecer zonas de exclusão aérea e se os Estados Unidos têm ou não direito de sobrevoar com as missões que entendam, neste caso uma missão de rotina”, explicou.

Ainda assim, o atual comentador do canal televisivo reiterou que “a colocação física de um drone nesse tipo de zona de exclusão aérea já vai colocar algumas questões”.

“Não que esteja a defender a posição russa, mas se considerarmos que a Crimeia tem um conjunto de alvos militares que são legítimos serem atingidos pela Ucrânia, então, num conflito militar, por muito que isto nos possa custar, a potência seja ou não agressora, pode tomar medidas defensivas”, disse.

Azeredo Lopes esclareceu que, no entanto, “se o drone estava em águas pura e simplesmente internacionais, a posição russa é bastante mais difícil de defender, exceto se, conforme alega, não tiver atingido, por qualquer maneira, o drone em causa”, que “é um drone muito importante para os Estados Unidos”.

Este tipo de incidente mostra que estamos numa zona de grande sensibilidade, de grande risco de escalada militar”, advertiu, considerando que Washington poderá ter “dramatizado um pouco, sobretudo de forma mais irritada do que outra coisa”, e que deixará “a questão cair”.

O responsável ressalvou ainda que “os pilotos de aeronaves russas têm tendência a aproximar-se demasiado e a não respeitar regras razoáveis de distância para impedir que, numa situação destas, uma manobra mais imprecisa possa desencadear algo deste tipo”.

De notar que, de acordo com a agência AFP, a Força Aérea norte-americana revelou que o caça russo cortou a hélice do drone, o que forçou os Estados Unidos a abater a aeronave sobre o Mar Negro.

Além disso, segundo informação avançada pela Sky News, dois aviões russos Su-27 tinham já tentado intercetar o drone norte-americano MQ-9, tendo despejado combustível à sua frente já por várias vezes antes do embate.

Por seu turno, o Ministério da Defesa russo rejeitou ter sido responsável pelo incidente, garantindo que o drone MQ-9 estava a ser pilotado de forma "brusca", razão pela qual acabou por se descontrolar e cair.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram, pelo menos, 8.231 civis desde o início da guerra, que provocou também 13.734 feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Rússia anuncia operação no Mar Negro para recuperar 'drone' dos EUA

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