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Rangel critica extinção do SEF. "Isto não é uma política humanista"

O eurodeputado aproveitou um debate no Parlamento Europeu para pedir um maior respeito pelos refugiados que tentam chegar à Europa, denunciando as fracas condições em que vivem muitos migrantes em Portugal.

Rangel critica extinção do SEF. "Isto não é uma política humanista"
Notícias ao Minuto

23:02 - 15/02/23 por Hélio Carvalho

Política Imigração

O eurodeputado Paulo Rangel, do Partido Social-Democrata, insurgiu-se, esta quarta-feira, contra o tratamento de refugiados pela Europa, incluindo em Portugal, afirmando que a Europa "precisa de imigração".

Numa intervenção no Parlamento Europeu, em que foram discutidas as conclusões do Conselho Europeu sobre novas políticas migratórias na União Europeia, Rangel começou por elogiar o "humanismo" nas instituições europeus, mas considerou que "algumas forças políticas, de maneira populista e hipócrita, querem instrumentalizar o tema dos refugiados e dos migrantes para fins de luta partidária".

"O PSD e o PPE [Partido Popular Europeu, família de centro-direita de que faz parte o PSD], porque respeitam a dignidade de todos e estão cientes da complexidade desta política, não fazem demagogia. Não pregam uma coisa em Bruxelas e em Estrasburgo, e fazem, como Sánchez, outra nos muros de Ceuta e Melilla. Não fazem uma coisa aqui e outra no aeroporto de Copenhaga ou nas praias de La Valleta", afirmou Rangel.

O deputado referia-se, por exemplo, às mortes de refugiados no enclave espanhol de Melilla, no qual morreram dezenas de pessoas e foi denunciada a força excessiva das autoridades espanholas. Já La Valetta, capital de Malta, continua a ser um dos principais pontos de entrada de muitos refugiados para a Europa, através do Mar Mediterrâneo.

Mas o eurodeputado, que foi várias vezes candidato à liderança do PSD, deixou claro que considera a imigração essencial para o bloco europeu. Mas esta deve ser feita com "dignidade".

"Na Europa, por razões demográficas, precisamos de imigração. Queremos que eles entrem na Europa de modo seguro, com garantidas de que não vão ser explorados nas herdades do Alentejo português, ou amontoados num apartamento sem condições, aos 20 e aos 30, no centro de Lisboa", disse, numa crítica que surge depois de um incêndio em que morreram duas pessoas e no qual ficaram desalojados vários migrantes que vivam em condições precárias.

Paulo Rangel criticou ainda o Governo e a decisão de extinguir com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e reestruturar as instituições de migração portuguesas.

"Em Portugal, destruiu-se o SEF e as estruturas de ajuda à migração e, agora, jura-se respeito aos migrantes e não se quer saber sequer das suas vidas. Isto não é uma política humanista, isto sim não é uma política com humanidade!", reiterou o social-democrata.

Leia Também: Governo mantém "objetivo" de concluir reestruturação do SEF em março

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