"Uma das portas de entrada mais favorável [para os estrangeiros] é o ensino superior. (...) Eu quero, daqui da Guarda, dizer que as Universidades, os Institutos Politécnicos devem cada vez mais, também, vocacionar-se para acolher estudantes estrangeiros porque isso significa que essas pessoas vão poder integrar-se de uma forma mais eficiente, por um lado, e, por outro lado, também, ter a qualificação [de] que a nossa economia necessita", afirmou hoje Luís Montenegro.

O presidente do PSD falava aos jornalistas, na Guarda, onde se encontra no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", antes de iniciar uma reunião com o movimento Acreditar, após as situações que ocorreram em Lisboa, Olhão e Odemira e que envolveram imigrantes.

"Nós precisamos de uma Agência para as Migrações que seja suficientemente eficiente, também para fiscalizar o acolhimento e a integração de imigrantes", disse.

E acrescentou: "E quero com isto incitar o Governo a não perder mais tempo a olhar para este desígnio que é um desígnio estratégico, prioritário para Portugal nos próximos anos. A política não pode ser só feita a pensar no noticiário das oito da noite ou da manhã seguinte. O doutor António Costa, os membros do seu Governo têm que olhar para o país, para aquilo que ele pode e deve ser daqui a 10 anos, daqui a 20, daqui a 30, daqui a 40 anos".

"Eu, reforço hoje, nesta circunstância, a necessidade de termos esse programa [de acolhimento e de integração de imigrantes], a necessidade de termos políticas públicas que possam trazer mais pessoas do estrangeiro "para poder ajudar Portugal a crescer nos próximos anos", vincou.

Segundo Montenegro, o país é afetado por falta de mão-de-obra em várias áreas e tem "graves problemas do ponto de vista demográfico".

Por isso, "Portugal tem de ser um país aberto de mão-de-obra imigrante, um país de acolhimento e que dê condições às pessoas".

Referiu, ainda, que as situações ocorridas em Lisboa, Olhão e Odemira, devem fazer refletir e "exigir do Governo uma resposta pronta".

"Isto já não vai lá com palavras nem como boas intenções. Isto vai lá com atos. São precisas políticas públicas concretas", sublinhou.

Para o presidente do PSD, o país deve "encarar de frente a temática" da imigração, salientando que é preciso haver fiscalização e planeamento, para evitar que novas situações ocorram.

A iniciativa "Sentir Portugal" do presidente do PSD arrancou hoje na cidade da Guarda, seguindo pelos vários concelhos do distrito até sexta-feira, com o objetivo contactar com a realidade local e dialogar com os cidadãos, famílias, municípios e instituições.