O presidente da Iniciativa Liberal (IL) reconheceu, esta segunda-feira, que houve "momentos mais acesos" na convenção do partido que, este fim de semana, o elegeu como líder, mas que se sente "capaz de liderar o partido".
"Ao longo da campanha interna ouvi muito os núcleos do partido, estive atento também àquilo que foi a discussão. Temos coisas para mudar, sou o primeiro a dizê-lo. Vamos fazê-lo do ponto de vista das questões internas muito rapidamente. Agora começa o futuro da Iniciativa Liberal", garantiu Rui Rocha, numa entrevista à CNN Portugal.
Confrontado sobre os momentos mais tensos da convenção, sublinhou ter a certeza de que todos os membros do partido estão unidos em fazer o partido crescer e "afirmar-se".
No que diz respeito às disputas internas, o líder recém-eleito defendeu que o partido esteve muito concentrado no combate exterior e que, tal como o seu antecessor, João Cotrim Figueiredo, admitiu, "deixou a parte da gestão interna um pouco para trás". "Mas agora temos o diagnóstico feito, o importante é virarmo-nos para o futuro", notou.
"A Iniciativa Liberal continua com uma identidade muito marcada, que vai continuar a afirmar. Agora, com um conjunto de propostas adicionais viradas para problemas concretos dos portugueses", apontou.
Comité Central?
Ainda quanto às declarações de Tiago Mayan Gonçalves, que criticou Cotrim Figueiredo - e a direção - dizendo mesmo que este era "cabecilha de um Comité Central", Rui Rocha reiterou que não subscrevia esta visão. "O que temos que ter em conta é que essa página encerrou [...]. Acho que a Iniciativa Liberal é um partido completamente diferente desse diagnóstico que foi feito", rematou.
"Há uma interpretação de um conjunto de pessoas de que havia um conjunto de questões a resolver e foram manifestadas este fim de semana", afirmou.
Rui Rocha explicou ainda a será proposta uma revisão do estatuto para que seja dada oportunidade aos membros para decidirem "tudo o que é estatutário". Penso que é o mais importante. Sermos capaz de responder àquilo que foram as críticas", referiu.
Ainda quanto à liderança parlamentar, garantiu que esse seria um assunto discutido ainda esta semana. "Terei oportunidade de falar com os deputados, vou ouvi-los, vamos discutir e depois as decisões serão tomadas", referiu.
Confrontando com a pouca notabilidade que tem, Rui Rocha respondeu ainda às razões que o motivavam para a liderança do partido: "Transformar o país, que está numa situação de estagnação. As soluções do governo socialista estão esgotadas".
Sobre a ambição de atingir os 15% de votações nas próximas legislativas, Rui Rocha foi assertivo, referindo que a maioria socialista "tem servido pouco ao PS [Partido Socialista], e pouco ao país".
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