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Medina "não tem a autoridade política que se exige a um ministro"

PSD espera que primeiro-ministro possa "esclarecer os portugueses sobre a fragilidade em que se encontra" Fernando Medina.

Medina "não tem a autoridade política que se exige a um ministro"
Notícias ao Minuto

20:15 - 19/01/23 por Carmen Guilherme

Política PSD

O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu, esta quarta-feira, que Fernando Medina "não tem a autoridade política que se exige a um ministro", numa reação à declaração do governante sobre as buscas na Câmara de Lisboa.

"O senhor ministro das Finanças nunca sabe de nada. Nunca sabia de nada daquilo que se passava na Câmara de Lisboa quando era presidente da autarquia e agora que é ministro das Finanças continua a nunca saber de nada", começou por dizer o social-democrata em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

"Nesse sentido, o ministro das Finanças não tem a autoridade política que se exige a um ministro que tem a pasta mais importante da governação. Não tem autoridade para ser o gestor dos dinheiros dos contribuintes portugueses, para ser o gestor dos dinheiros públicos e não tem autoridade para controlar, do ponto de vista orçamental, aquilo que são os gastos do Governo e os gastos de outros Ministérios", defendeu.

Miranda Sarmento entendeu ainda que, "quando esteve em outras funções", Fernando Medina "não teve esse cuidado com os dinheiros públicos", quer pelo "facto de ter reconhecido que foi ele quem contratou o doutor Joaquim Morão", quer "pela forma como aparentemente nada sabe sobre aquilo que se passou nos contratos em causa".

Confrontado com a posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu que a existência de uma investigação não implica a perda de autoridade política para um cargo público, o líder parlamentar do PSD reiterou a posição do partido, notando que as "situações melindrosas" em torno de Fernando Medina "se têm avolumado" e que este tem "a sua autoridade política muito diminuída".

Para o PSD, o ministro das Finanças continua a ter "explicações" a dar sobre o caso que envolve a Câmara de Lisboa e sobre outros casos, como a TAP. "É difícil hoje aos portugueses reconhecerem no ministro das Finanças a pessoa credível para gerir bem, para ser responsável pela gestão dos dinheiros dos contribuintes, dos dinheiros públicos", insistiu.

Miranda Sarmento deixou ainda críticas ao primeiro-ministro, António Costa, referindo que o PSD espera que este possa "esclarecer os portugueses sobre a fragilidade em que se encontra" Fernando Medina.

"O senhor primeiro-ministro em todas as situações que envolvem membros do Governo raramente aparece e, quando aparece, é já tarde e a más horas. Pode ser que desta vez não siga essa regra própria que ele tem seguido. E nós esperamos que o senhor primeiro-ministro possa também esclarecer os portugueses sobre a fragilidade em que se encontra o senhor ministro das Finanças", rematou.

Recorde-se que na qualidade de ex-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, afirmou, esta quinta-feira, que não tinha "conhecimento" do processo que levou as autoridades a realizar buscas na autarquia, na última terça-feira, e revelou que pediu à Procuradora-Geral da República para ser "ouvido". 

Na quarta-feira, a CNN Portugal noticiou que em causa estavam "suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação" numa nomeação para "prestação de serviços que foi assinada em 2015" pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina.

O Público recorda na edição de hoje estar em causa, conforme o jornal noticiou em 2018, a contratação, entre 2015 e 2016, dos serviços de consultadoria de Joaquim Morão, ex-presidente dos municípios de Idanha-a-Nova e Castelo Branco, para apoio técnico na gestão de projetos e obras municipais. 

Leia Também: Chega diz que Medina começa a ficar numa situação "bastante difícil"

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