Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 12º MÁX 17º

Eutanásia. "Andámos para trás na defesa dos direitos fundamentais"

Na perspetiva de Assunção Cristas, em causa está uma decisão da Assembleia da República que abre caminho a um retrocesso.

Eutanásia. "Andámos para trás na defesa dos direitos fundamentais"
Notícias ao Minuto

16:19 - 09/12/22 por Ema Gil Pires

Política Assunção Cristas

Após ter sido, esta sexta-feira, aprovado, em votação final global no Parlamento, o diploma sobre a despenalização da morte medicamente assistida, a ex-líder do CDS-PP, Assunção Cristas, teceu duras críticas à posição dos deputados que se revelaram a favor.

"Hoje andámos para trás no caminho da defesa dos direitos fundamentais e da construção de uma sociedade do cuidar solidário", começou por escrever a antiga deputada, numa série de publicações na rede social Twitter.

Na perspetiva de Assunção Cristas, em causa está uma decisão da Assembleia da República que abre caminho a um retrocesso. "Desviamo-nos do legado que tanto nos orgulha de termos sido o primeiro país do mundo a abolir a pena de morte e do edifício legislativo, construído ao longo dos últimos anos, que nos permite ter uma morte digna: acompanhada e sem dor", argumentou.

Além do mais, prosseguiu, num momento em que "tão poucos sabem o que é o testamento vital ou têm acesso a cuidados paliativos, o passo de instituir a eutanásia é particularmente chocante".

Assunção Cristas deixou ainda, na referida rede social, um apelo direto a Marcelo Rebelo de Sousa: "Esperemos que o Presidente da República e porventura o Tribunal Constitucional possam ainda dar voz ao preceito da Constituição segundo o qual 'a vida humana é inviolável'”.

Na sua argumentação, a antiga dirigente dos centristas reconheceu também que cuidar "dá trabalho, empenho e dedicação, e exige recursos". Ainda assim, quis recordar a todos os cuidadores que apesar de esse não ser o "caminho mais fácil", é "o único compatível com o amor e o carinho humanos".

Esta mensagem surge depois de o texto sobre a despenalização da morte medicamente assistida ter sido aprovado no Parlamento, com votos a favor de 122 deputados - nomeadamente, da maioria da bancada do PS, a IL, o BE, o PAN e o Livre. O mesmo sentido de voto foi ainda seguido pelo deputados sociais-democratas Catarina Rocha Ferreira, Hugo Carvalho, Isabel Meireles, André Coelho Lima, Sofia Matos e Adão Silva.

Contra o documento votaram, por sua vez, os restantes membros do grupo parlamentar do PSD, bem como os deputados do Chega e do PCP. O mesmo aconteceu com seis socialistas (Joaquim Barreto, Pedro Cegonho, Sobrinho Teixeira, Romualda Fernandes, Cristina Sousa e Maria João Castro) - num total de 84 votos contra.

Abstiveram-se, por sua vez, os parlamentares José Carlos Alexandrino (PS), Lina Lopes, Jorge Salgueiro Mendes e Ofélia Ramos (os três do PSD).

O decreto, cuja versão final terá ainda de ser redigida, segue agora para apreciação por parte do chefe de Estado, que pode tomar uma de três decisões: promulgar, vetar ou pedir a fiscalização preventiva do texto ao Tribunal Constitucional.

Leia Também: Eutanásia. PS e BE defendem solidez, Chega promete tentar reverter lei

Recomendados para si

;
Campo obrigatório