Meteorologia

  • 11 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 15º MÁX 23º

PS promete fundos para mais agricultores mas oposição critica atrasos

O PS considerou hoje que o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PAC) prevê o acesso a fundos europeus por mais agricultores num setor em modernização, mas PSD, IL e Bloco criticaram os atrasos na regulamentação.

PS promete fundos para mais agricultores mas oposição critica atrasos
Notícias ao Minuto

20:18 - 07/12/22 por Lusa

Política Agricultura

Este debate foi travado no período de declarações políticas na Assembleia da República, após uma intervenção inicial em que o deputado socialista João Nicolau destacou a apresentação do Plano Estratégico da PAC e a verba disponível na ordem dos 6,7 mil milhões de euros.

"Este plano será fundamental para a transição climática e digital, tendo em vista uma agricultura mais verde e resilientes, aprofundando a nossa autonomia estratégica. Para uma parte significativa da produção, o rendimento gerado não permite remunerar adequadamente os fatores de produção. Portanto, o apoio complementar redistributivo e o pagamento a pequenos agricultores são garante da justa aplicação dos fundos da PAC", sustentou.

De acordo com o deputado do PS, além de estar em curso um processo de rejuvenescimento do setor, verifica-se também "um aumento das exportações alimentares acima da subida as importações".

"O setor contribui no presente para a redução do défice da balança comercial, mas há ainda um longo caminho a fazer para garantir a justa remuneração ao longo da cadeia de abastecimento", assumiu, antes de advogar como objetivo apostas na "inovação e no conhecimento".

"O caminho é o da inovação, da profissionalização e do aumento da dimensão das explorações agrícolas. Portugal foi o quarto país que mais cresceu em produtividade agrícola em 2021", realçou.

Na sequência desta intervenção, o deputado do PSD Paulo Ramalho lamentou que ainda não tenham sido publicados os diplomas regulamentadores, o que "configura uma enorme irresponsabilidade por parte deste Governo".

"O parlamento foi ignorado no processo de elaboração do plano estratégico, olha para o setor agrícola como menor", acusou.

No mesmo sentido, o deputado e candidato a líder da Iniciativa Liberal Rui Rocha assinalou que o ano agrícola já começou, mas a regulamentação ainda não existe, gerando "enorme incerteza" entre os agricultores".

"Quando é que essas regras vão estar disponíveis?", questionou, numa intervenção em que criticou "os abusos" da maioria absoluta do PS.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, lamentou igualmente "a incerteza provocada pelo Governo" ao atrasar-se na regulamentação.

Por outro lado, tal como antes sustentara João Dias, do PCP, acusou o executivo socialista de ter desenhado uma política agrícola que "aprofunda as desigualdades entre os agricultores".

"Para os latifundiários são garantidas rendas perpétuas, para os pequenos proprietários e para os trabalhadores dão-se migalhas", considerou Pedro Filipe Soares.

João Dias fez um discurso duro contra o Governo, observando que a apresentação do Plano Estratégico da PAC foi deita nas caves de Vila Nova de Gaia, o que "diz todo" sobre a natureza deste programa.

"Este plano visa servir os grandes agricultores e estar longe dos pequenos. Os pagamentos à pequena agricultora vão sofrer cortes. E o setor leiteiro, por exemplo, vai sofrer um corte na ordem dos 70%. Este plano visa a concentração das terras, tirando aos mais pequenos para dar aos grandes", insurgiu-se o deputado do PCP.

Bruno Nunes, do Chega, afirmou que a ministra da Agricultura "é tecnicamente impreparada" e atacou o PCP e, sobretudo, o PS.

"Prometem cheques aos agricultores, mas não lhes dão nada. Esse discurso já não cola. Há uns que plantam canábis, outros que plantam mentiras, mas não percebem nada de agricultura", afirmou.

Leia Também: Agricultores britânicos pedem "mais equidade" na cadeia face a custos

Recomendados para si

;
Campo obrigatório