O antigo deputado do PCP António Filipe criticou, na terça-feira, a posição controversa da Alemanha face ao Qatar, país anfitrião do Mundial'2022 que está no centro da polémica. 

O comentário surge na sequência do anúncio de que o Qatar vai fornecer gás natural liquefeito à Alemanha a partir de 2026, num acordo de 15 anos assinado esta terça-feira, numa altura em que Berlim procura substituir o fornecimento de gás russo.

"O Ministro da Economia da Alemanha celebrou com as autoridades do Qatar um contrato bilionário para compra de gás, mas a Ministra do Interior da Alemanha desafiou as autoridades do Qatar exibindo uma braçadeira LGBT num jogo de futebol", escreveu o comunista no twitter.

"A solidariedade é uma coisa muito bonita", ironizou.

O Ministro da Economia da Alemanha celebrou com as autoridades do Qatar um contrato bilionário para compra de gás, mas a Ministra do Interior da Alemanha desafiou as autoridades do Qatar exibindo uma braçadeira LGBT num jogo de futebol. A solidariedade é uma coisa muito bonita.

— Antonio Filipe (@AntonioFilipe) November 29, 2022

João Ferreira, vereador da Câmara Municipal de Lisboa pelo PCP, partilhou o 'tweet', ironizando também: "E, de repente, o Qatar é aqui, numa conduta de gás perto de si".

E, de repente, o Qatar é aqui, numa conduta de gás perto de si. https://t.co/94MmJRnVe9

— João Ferreira (@joao_ferreira33) November 30, 2022

O PCP, que tem assumido uma posição crítica quanto aos abusos de direitos humanos cometidos com alegada conivência das autoridades do Qatar contra trabalhadores emigrantes durante a construção dos estádios e outras infraestruturas, recusou contudo o boicote à participação da seleção portuguesa na competição.

Recorde-se que o partido votou a favor da deslocação do Presidente da República ao país, para assistir à estreia da seleção no Mundial, mas sublinhou, na altura, que "condena a inaceitável exploração dos trabalhadores no Qatar sujeitos a condições intoleráveis, desumanas e onde os seus direitos não são respeitados, assim como não são respeitados os direitos em geral".

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