Portugal está obrigado a seguir uma saída limpa. A notícia é avançada hoje pelo Expresso que teve acesso a um documento enviado pelo gabinete do ministro Poiares Maduro a vários membros do Executivo e até a alguns comentadores.
Passos Coelho vai fazer o anúncio amanhã, ao final do dia, depois de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros. Mas ao contrário do que tem vindo a ser dito, Portugal não tem a opção quanto ao tipo de saída.
“Nesta fase, não houve essa opção [programa cautelar]”, disse ao Expresso um ministro.
O texto distribuído intitula-se ‘Desvantagens de um programa cautelar’ e no mesmo pode ler-se que “existindo uma saída limpa, em caso de necessidade futura o programa cautelar continuará disponível”. Esta é a parte ‘politicamente correta’ e destinada a sossegar os espíritos de pessoas como Cavaco Silva.
Mas a verdade é que os países ricos não se querem comprometer com uma nova ajuda financeira aos países pobres.
“É óbvio que sempre foi preferível uma rede de segurança, mas nunca houve rede nenhuma. Portugal pode apenas fazer pressão moral sobre os credores, para que sejam solidários connosco, se for preciso”, referiu um ministro ao semanário.
Na nota distribuída internamente e cuja autoria é desconhecida, lê-se ainda que “há um fator de incerteza no programa cautelar: não há precedentes. Ninguém sabe que condicionalidade lhe está associada”.
Mas o mais importante: “Adivinha-se alguma hesitação por parte de países como a Alemanha, Finlândia e Holanda no apoio a uma linha cautelar a Portugal”.