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PCP contra proposta vê PS e direita afinados "pelo mesmo diapasão"

O PCP defendeu hoje que "no confronto entre trabalho e capital", PS e direita "afinam pelo mesmo diapasão" e avisou que as propostas apresentadas pelos comunistas no Orçamento "não ficam por aqui".

PCP contra proposta vê PS e direita afinados "pelo mesmo diapasão"
Notícias ao Minuto

12:36 - 25/11/22 por Lusa

Política OE2023

"No confronto entre trabalho e o capital, PS, PSD, CH e IL, afinam pelo mesmo diapasão: proteger os interesses e lucros dos grupos económicos à custa da degradação das condições de vida do povo", defendeu a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, no encerramento da discussão do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Segundo o partido, que vai votar contra a proposta do Governo, "aprovado o orçamento mantêm-se os problemas e mantém-se a determinação do PCP em lutar pelas soluções".

"As nossas propostas não ficam por aqui. Vão fazer o seu caminho, estarão presentes na nossa iniciativa, mas também na luta dos trabalhadores, da juventude, dos pequenos empresários e agricultores, dos intelectuais, das forças de segurança que ontem aqui se manifestaram, dos trabalhadores da cultura, e mais tarde ou mais cedo vão construir uma vida melhor e um país mais desenvolvido", avisou.

Paula Santos salientou que "por muito que incomode alguns, os trabalhadores e o povo, contam e vão contar com o PCP".

Num discurso bastante crítico, Paula Santos atirou a praticamente todos os partidos, incluindo PAN e Livre (que se vão abster na votação), acusando estes partidos de se prestarem "novamente ao papel de caucionar as opções do PS, encharcando o orçamento com mais estudos e grupos de trabalho, próprios de quem não pretende resolver problema algum".

"É a repetição do que vimos há poucos meses e que o PS agradece", atirou.

Já o PSD, segundo a dirigente comunista, "anda perdido e sem discurso porque o PS está a fazer no Governo o mesmo que o PSD faria se lá estivesse".

"Partilham o apoio aos privilégios dos grupos económicos, o ataque aos direitos de quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira, a obsessão pelo défice e a ladainha das contas certas que apenas serve de pretexto para desviar recursos públicos que deveriam ser mobilizados para investir no país", considerou.

Apontando à Iniciativa Liberal, Paula Santos acusou este partido da "velha retórica da exploração, agora travestida de modernidade para camuflar o favorecimento dos grupos económicos, reduzindo-lhes impostos e garantindo mais negócio com a privatização de empresas estratégicas e da saúde, da educação ou da habitação".

"Do Chega, toda a demagogia de quem instrumentaliza problemas concretos, para disfarçar o seu compromisso com os grupos económicos que serve e de que depende", criticou.

Para o PCP, o Governo e o PS "estão mais preocupados em investir na propaganda que na resolução de problemas", repetindo 'slogans' como "famílias primeiro, diálogo, contas certas, estabilidade, confiança" -- palavras que para os comunistas não têm "qualquer adesão a soluções para os problemas das pessoas".

"Diálogo? Com quem? Não foi com os trabalhadores, que hoje estão em luta pela valorização dos salários, pelo reforço dos direitos e a revogação das normas gravosas da legislação laboral. Luta que daqui saudamos", disse, numa referência à concentração convocada pela CGTP-IN que hoje se encontra em frente à Assembleia da República.

Os comunistas acusaram o Governo e o PS de "impor o empobrecimento aos trabalhadores e aos reformados, ao mesmo tempo que dão aos grupos económicos mais isenções fiscais no reporte dos prejuízos fiscais, entregam três mil milhões de euros às energéticas subsidiando diretamente os seus lucros ou mantêm os 'vistos gold', em contradição com as afirmações do primeiro-ministro"

"Pelos vistos, valores dourados mais altos se levantaram, não é assim senhor primeiro-ministro?", questionou a líder parlamentar.

Para o PCP, a situação atual do país "exige outro rumo", insistindo na importância de valorizar "o trabalho e os trabalhadores, as carreiras e profissões", a revogação das "normas gravosas da legislação laboral", a criação de uma rede pública de creches, o combate à precariedade e a valorização das pensões e reformas.

Leia Também: IL acusa PS de estratégia de "país medíocre" para se manter no poder

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