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Vereador admite processar Chega após retirada de confiança política

O vereador eleito pelo Chega para a Câmara de Sintra e a quem foi retirada hoje a confiança política, por viabilizar o orçamento municipal, admite avançar com um processo-crime contra o partido e os dirigentes.

Vereador admite processar Chega após retirada de confiança política
Notícias ao Minuto

18:57 - 23/11/22 por Lusa

Política CHEGA

"Tomei esta manhã conhecimento de um comunicado da Comissão Distrital de Lisboa do partido Chega sobre a minha pessoa, que repudio veementemente e que tem como intenção única denegrir a boa imagem e afastar aquele que se assumiu há dias como candidato à liderança do partido, recorrendo a insultos, mentiras e ao autoritarismo vigente no partido", afirma Nuno Afonso num comunicado enviado à agência Lusa.

Face a esta situação, o autarca afirma estar a ponderar avançar com um processo-crime contra o Chega e os atuais dirigentes.

"Este é um partido que não se guia por valores democráticos, que persegue os opositores pessoal e politicamente, como nunca antes se viu em Democracia no nosso país, um comportamento típico das ditaduras que existiram e existem por este mundo fora", aponta.

A Comissão Política Distrital de Lisboa do Chega anunciou ao início da tarde que iria enviar ainda hoje um ofício à Câmara Municipal de Sintra informando que vereador Nuno Afonso deixa de representar, "com efeitos imediatos", o partido Chega no órgão executivo daquele município.

A estrutura partidária alega que o autarca desrespeitou as indicações políticas ao viabilizar o orçamento municipal para 2023.

O orçamento da Câmara de Sintra para 2023, no valor de 315 milhões de euros, foi aprovado na terça-feira com os votos favoráveis do PS (quatro vereadores mais o presidente), do vereador da CDU, a abstenção do vereador eleito pelo Chega e os votos contra do PSD e do CDS-PP (quatro vereadores).

Na nota enviada à Lusa, o autarca nega que tenha viabilizado o orçamento, esclarecendo que apenas viabilizou a sua submissão à Assembleia Municipal.

"Não é verdade que tenha viabilizado o orçamento em causa, tal como também não tive conhecimento de quaisquer posições do partido. Acusam-me de ter aprovado o orçamento demonstrando total ignorância e incompetência ao não saber distinguir a aprovação de um orçamento, competência da Assembleia Municipal (AM), e a viabilização da submissão do orçamento à AM", argumentou.

O jornal Expresso publicou na sexta-feira uma entrevista de Nuno Afonso, na qual admitia avançar para a disputa da presidência do partido se o atual líder, André Ventura, puser o lugar à disposição e se conseguir reunir apoios.

"Acredito que é fundamental deixar muito claro que não tolero este clima de perseguição que levou à realização de um evento para destratar a minha pessoa e outros que, como eu, não concordam com o rumo antidemocrático e totalitarista que o partido tomou, que leva a que deputados e elementos de órgãos nacionais, incluindo o próprio presidente, apelidem os seus opositores internos de ratos ou traidores", conclui.

Nuno Afonso foi chefe de gabinete de André Ventura, enquanto deputado único do partido na Assembleia da República, na legislatura passada, tendo sido reconduzido no cargo no arranque da nova legislatura (em 29 de março deste ano).

No entanto, viria a ser exonerado quase um mês depois (06 maio).

O autarca de Sintra foi também vice-presidente do partido, até ao III Congresso do Chega, que decorreu em Coimbra em maio do ano passado, assumindo agora as funções de vogal da direção nacional. Também não integrou as listas de candidatos a deputados nas legislativas de 30 de janeiro.

Na altura, o dirigente assumiu o seu desconforto com a "queda" na hierarquia do partido e falou em "punhaladas".

Leia Também: Chega retira confiança política a vereador eleito para a Câmara de Sintra

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