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"Meu amor". Isabel Moreira declara-se ao pai no dia que mais temia

Isabel Moreira deu graças também à "plenitude de ter dito, de ter agradecido a possibilidade da [sua] vida", ainda que esteja "cheia de medo de seguir" sem a validação assegurada do pai.

"Meu amor". Isabel Moreira declara-se ao pai no dia que mais temia
Notícias ao Minuto

17:45 - 23/10/22 por Daniela Filipe

Política Adriano Moreira

"Querido pai, meu amor, amor da minha vida". Foi desta forma que Isabel Moreira se dirigiu ao pai, Adriano Moreira, que, este domingo, perdeu a vida, aos 100 anos. Numa publicação na sua página do Facebook, a deputada do Partido Socialista (PS) abriu o coração ao pai, a quem confessou estar "cheia de medo", mas de quem se despediu com um "até já".

"Todas as palavras são, agora, sobras. Porque as dissemos todas. Porque escreveste que 'a palavra tem de ser pronunciada. Certa palavra. Dita a tempo, na ocasião apropriada. Riscos, consequências, perdas, tudo é um preço irrisório para a plenitude de ter dito'”, salientou a socialista, declarando-se ao pai.

E continuou: "A plenitude de ter dito do meu amor, a plenitude do nosso olhar inteiro, um no outro, a força da vida, a força de vida tua, a furiosa luta que há em ti para nunca deixar a mãe, para nunca nos perdermos, a plenitude de ter dito. Pai, meu amor, amor da minha vida, há dez anos escrevi-te uma carta a dizer deste amor que sempre fez do dia de hoje o dia que mais temi na vida e dez anos depois está tudo inteiro, está tudo intacto, nunca houve, entre nós, qualquer lacuna", assegurou.

Isabel Moreira deu graças também à "plenitude de ter dito, de ter agradecido a possibilidade da [sua] vida", ainda que esteja "cheia de medo de seguir" sem a validação assegurada do pai.

"Mas prometi o que sabes que prometi e que seja sempre véspera. A plenitude de ter dito, a plenitude de ter sentido, de tudo em nós fazer sentido, pai, meu amor, amor da minha vida, obrigada. Estou cheia de medo, pai, cheia de medo, mas prometi o que sabes que prometi. Até já, meu amor diário, amor da minha vida", rematou.

O antigo presidente do CDS morreu, este domingo, aos 100 anos, confirmou ao Notícias ao Minuto o presidente do partido, Nuno Melo, que o recordou como um "governante ilustre" e "uma figura maior da democracia portuguesa".

Adriano Moreira foi ministro do Ultramar no período da ditadura (1961-1963) e deputado e presidente do CDS-PP já na democracia, mantendo sempre a ligação à universidade e à reflexão em matéria de Relações Internacionais.

Com 100 anos completados a 6 de setembro, foi condecorado pelo Presidente da República, em junho, com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.

Leia Também: PR agradece a Adriano Moreira. "Durante cem anos foi tudo ou quase tudo"

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