"Motor" de crescimento do Governo "está a gripar", diz PSD
PSD foi o último partido a ser recebido pelo Governo, nas reuniões sobre o Orçamento do Estado para 2023. Joaquim Miranda Sarmento diz que crescimento económico esperado para o próximo ano é "muito abaixo daquilo que são os países concorrentes de Portugal" e daquilo que o país necessita.
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Política OE2023
O PSD disse, esta sexta-feira, que, no próximo ano, o "consumo privado vai ter uma retração muito significativa", o que significa que "o motor do crescimento" no "modelo económico" do Governo "também já está a gripar".
O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, começou por deixar algumas notas de "preocupação" após ser recebido pelo Executivo socialista.
O social-democrata notou que "a receita fiscal em 2022 já está 3,7 mil milhões de euros em agosto acima daquilo que o Governo previa cobrar para o ano inteiro" e "não está a ser usada de forma eficiente para ajudar as famílias".
"Uma preocupação de que o estado está numa voracidade fiscal este ano de 2022 e que não devolve às famílias e às empresas", disse.
Outra nota de preocupação prende-se com o crescimento económico no próximo ano. "Como já é público o crescimento económico será de 1,3%, mas já com sinais muito preocupantes, dado que o crescimento económico de 2022, que o PSD tem dito que é ilusório, porque resulta da quebra durante a pandemia e de uma recuperação muito forte do consumo privado e do turismo. Já notamos neste último semestre e no próximo ano, que o consumo privado vai ter uma retração muito significativa", destacou.
"O que significa que aquilo que era o motor do crescimento, de forma errada, no modelo económico deste Governo também já esta a gripar e, portanto, para o próximo ano, em 2023, nas melhores da hipóteses, teremos um crescimento ligeiramente acima de 1%, muito abaixo daquilo que são os países concorrentes de Portugal (...) e muito abaixo daquilo que o país precisa para gerar maior riqueza e apoio social às famílias", acrescentou Joaquim Miranda Sarmento.
Questionado sobre que caminho alternativo propõe o PSD, o social-democrata diz que o partido "propõe sobretudo um caminho alternativo de uma politica económica que esteja virada para a competividade e produtividade, que permita um maior crescimento económico".
"Estamos há mais de 20 anos estagnados. Só com maior crescimento económico é que poderemos pagar melhores salários e o Estado poderá ter receitas fiscais sem esta voracidade, sem esta asfixia fiscal sobre as famílias e as empresas, para melhorar os serviços públicos", defendeu.
Além do que já foi definido, o PSD irá apresentar, "na próxima semana", um "conjunto adicional de medidas", para o "crescimento económico".
Interrogado sobre se o PSD considera razoáveis, excessivas ou insuficientes as metas que o Governo estabeleceu para o próximo ano em matéria de redução do défice, 0,9%, e da dívida, para 110,8% do Produto Interno Bruto (PIB), Miranda Sarmento recusou posicionar-se agora em relação a estas duas variáveis.
"Teremos de olhar para todo o cenário macroeconómico e para todo o quadro orçamental antes de nos podermos pronunciar. O importante é que para o PSD é muito importante que se continue a reduzir o défice e a dívida pública, mas a ter uma consolidação orçamental estrutural", respondeu.
Embora sem traçar metas, Miranda Sarmento afirmou que o PSD quer "que se continue a reduzir o défice e a dívida pública, mas a ter uma consolidação orçamental estrutural", sustentando que a redução do défice feita desde 2016 pelos governos do PS chefiados por António Costa "foi meramente conjuntural".
O líder parlamentar do PSD relativizou, por outro lado, o crescimento da economia portuguesa neste ano, que qualificou de "ilusório" argumentando que "resulta da quebra durante a pandemia e de uma recuperação muito forte do consumo privado e do turismo".
O Governo apresentou hoje o seu cenário macroeconómico aos partidos com assento parlamentar, três dias antes de entregar a proposta de Orçamento do Estado para 2023 na Assembleia da República.
Nestas reuniões, o executivo esteve representado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
[Notícia atualizada às 15h44]
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