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Pensões? Governo não tem "intenção mentirosa ou aldrabona"

A socialista rejeitou as críticas apontadas pelo Bloco de Esquerda e pelo Chega, apontando ser "normal que haja contas diferentes, critérios diferentes".

Pensões? Governo não tem "intenção mentirosa ou aldrabona"
Notícias ao Minuto

16:44 - 20/09/22 por Daniela Filipe

Política Isabel Moreira

Em reação às acusações de partidos como o Bloco de Esquerda e o Chega, que classificaram a avaliação do impacto do aumento das pensões na sustentabilidade financeira da Segurança Social, como uma “aldrabice” e uma “mentira”, respetivamente, a deputada socialista Isabel Moreira realçou a importância de ter “serenidade e passar confianças às pessoas” neste “momento de instabilidade”, rejeitando que o Governo tenha qualquer “intenção mentirosa ou aldrabona”.

Para a deputada, a avaliação, elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho e da Segurança Social e entregue ao Parlamento, “está absolutamente em linha com este tipo de estudos que tem sido feito pelo Governo”.

“Este é o tipo de documento que é usado não só cá, como na União Europeia, e custa muito que, neste momento em que as pessoas estão enervadas com a quebra do seu poder de compra por causa da inflação, o Bloco de Esquerda fale em aldrabice, alinhado com o Chega, que fala em mentira”, apontou, em declarações à CNN Portugal.

Isabel Moreira foi mais longe, apontando ser “normal que haja contas diferentes, critérios diferentes”, mas sublinhado não crer que “haja uma intenção mentirosa ou aldrabona por parte do Governo, ou por parte da União Europeia”.

“São o tipo de critérios que temos utilizado. Noutros anos, ouvimos o Bloco de Esquerda a duvidar da veracidade dos números, mas enfim, não é isso que está em causa. O que está em causa é a política, e podemos discutir se faz sentido atualizar pensões e salários ao valor da inflação – eu penso que não, acho que devemos ser serenos e cautelosos e assegurar que há um sistema de segurança social para as pessoas que estão, neste momento, a receber pensões”, esclareceu.

A título de exemplo, a socialista referiu que, “quando o Primeiro-ministro estava a dar a notícia à CNN, aparecia [em rodapé] ‘Funcionários públicos não vão ser aumentados em 7,4%’, como se fosse uma notícia [grave]”. Na sua ótica, seria preocupante se assim fosse, lançando a questão: “Se a inflação fosse de 30%, seria normal aumentar pensões, reformas, e salários em 30%?

Mais tarde, Isabel Moreira partilhou um excerto da sua intervenção na rede social Facebook, esclarecendo que estava, apenas, a “explicar que tipo de tom é esse”, agora usado por mais partidos além do Chega.

Não se trata de rejeitar, uma pessoa não se dá ao trabalho. Trata-se de explicar que tipo de tom é esse. Infelizmente, não é só do Chega”, clarificou.

Recorde-se que, conforme anunciou o Primeiro-ministro, António Costa, os pensionistas vão ter, em janeiro, um aumento entre 4,43% e 3,53%, em função do valor da sua pensão. A proposta do Governo prevê que as pensões até 886 euros aumentem 4,43%, ao passo que as cujo valor oscila entre os 886 e os 2.659 euros deverão aumentar 4,07%, enquanto as restantes (que estariam sujeitas a atualização tendo em conta a fórmula legal em vigor) aumentarão 3,53%.

Já no dia 12 de setembro, o chefe do Governo rejeitou ter usado qualquer truque ao anunciar o aumento das pensões, entre este ano e o próximo, reiterando que o Governo quis evitar um acréscimo de despesa permanente de dois mil milhões de euros.

António Costa sublinhou que, desde 2015, o Governo conseguiu aumentar em 26 anos a capacidade do fundo de estabilização financeira da Segurança Social, mas alertou que, se se aumentassem no próximo ano as pensões de acordo com a fórmula de cálculo em vigor, seriam perdidos 13 destes 26 anos, o que volta a referir o estudo hoje entrado no Parlamento.

Leia Também: Contas do Governo sobre pensões "são transparentes"

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