PS critica Ferreira Leite: "Violência doméstica não é coisa privada"
Isabel Moreira criticou Manuela Ferreira Leite, depois desta ter comentado a decisão do Governo sobre as prioridades das forças de segurança.
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Política Violência doméstica
Os deputados socialistas Isabel Moreira e Porfírio Silva voltaram a salientar o combate à violência doméstica, numa crítica dirigida à histórica dirigente do PSD, Manuela Ferreira Leite.
No Facebook, Porfírio Silva acusou Ferreira Leite de "desvalorizar o combate à violência doméstica, para adornar um qualquer argumento de ataque ao Governo e ao PS", na sequência do comentário da ex-líder do PSD na edição do Expresso, de sexta-feira.
O deputado do PS acrescentou que o comentário "devia fazer corar de vergonha a autora e os seus correligionários". "Mas, infelizmente, sabemos que do lado laranja o vale-tudo está de moda", atirou Porfírio Silva.
Na sua crónica, Manuela Ferreira Leite criticou a escolha de prioridades do Governo no que diz respeito ao empenho das forças de segurança. A antiga presidente social-democrata escreveu que a prioridade das forças de segurança "será o combate à violência doméstica, ou seja, o Governo não se compromete com maior segurança nas ruas, mas dentro de casa de cada um será o anjo da guarda".
O socialista ainda fez uma referência com o nome dado à crónica, rematando que "o combate à violência doméstica não é música, porque a violência doméstica não é música".
Já no Twitter, a deputada Isabel Moreira, um dos principais rostos do Partido Socialista em assuntos relacionados com o combate a este tipo de crime, fez suas as palavras de Porfírio Silva. "A violência doméstica é o crime que mais mata em Portugal, não é assim uma coisa privada que se passa 'na casa de cada um'", afirmou.
A VD é o crime que mais mata em Portugal, não é assim uma coisa privada que se passa “na casa de cada um”, Manuela Ferreira Leite. pic.twitter.com/5U8aBurh5Y
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) August 6, 2022
Recorde-se que, no final de julho, o fecho de algumas esquadras no Porto e em Lisboa, além de uma tentativa de solução com esquadras móveis na capital, motivou algumas críticas pela oposição e dos sindicatos das forças policiais, por aquilo que consideram ser uma falta de investimento nas forças policiais, além da falta de recursos humanos.
Já o Governo, através do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, fez questão de vincar que o problema não é a falta de polícias, já que o país tem um "maior número de esquadras, muito significativamente acima da média da grande Área Metropolitana de Madrid, (...) de Paris e mesmo até de Nova Iorque”.
Quanto à violência doméstica e ao comentário de Isabel Moreira, a verdade é que o ano de 2022 tem assistido a um aumento das mortes na frequência de feminicídios. Segundo os números da Comissão para a Igualdade de Género (CIG), com base em estatísticas da Polícia Judiciária, morreram 13 mulheres em contexto de violência doméstica entre janeiro e junho, enquanto que em todo o ano de 2021 morreram 16 mulheres.
Ainda assim, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), divulgado no passado dia 25 de julho, o número de participações por violência doméstica diminui em 4% em 2021, relativamente aos dados de 2020, tendo sido detidos 2.040 suspeitos (dos quais 737 foram detidos em flagrante delito). A violência doméstica contra o cônjuge representou 85% das denúncias feitas.
No total, as mulheres foram as vítimas de violência doméstica em 74,9% das denúncias, e os homens foram o agressor em 81% das denúncias feitas às forças policiais.
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