PSD diz que Évora fica "a ver comboio passar" sem terminal de mercadorias

O PSD alertou para o risco de o distrito de Évora ficar "a ver o comboio passar" caso não seja criado um terminal de mercadorias na futura linha ferroviária Sines/Caia para servir a economia da região.

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Lusa
01/08/2022 18:21 ‧ 01/08/2022 por Lusa

Política

Ferrovia

O alerta consta de uma pergunta, entregue na semana passada no parlamento, subscrita por sete deputados do PSD e dirigida ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Sem o terminal, "vamos literalmente ficar a ver o comboio passar, imprimindo no território todas as externalidades negativas, mas sem nenhum ganho ou favorecimento", afirmaram os sociais-democratas, na pergunta ao Governo, enviada hoje à agência Lusa pela Comissão Política Distrital de Évora do partido.

Para o PSD, o projeto da nova linha apresenta "claros benefícios para a economia nacional e alentejana", por "criar uma nova ligação direta com a fronteira de Espanha" e reforçar "a ligação ferroviária ao Porto de Sines como porta da Europa".

Contudo, "da informação tornada pública" até agora, o Governo não tem prevista a construção de um terminal de mercadorias "em nenhum dos 14 concelhos do distrito de Évora" para servir a atividade económica da região, vincaram os deputados.

Os parlamentares sociais-democratas destacaram os resultados de um estudo de viabilidade económica encomendado por sete municípios da zona dos mármores e pela empresa Infraestruturas de Portugal (IP).

Esse estudo, disseram, "veio demonstrar a viabilidade económica e técnica" da construção de "uma estação técnica de carga e descarga no troço Alandroal/Vila Viçosa" da futura linha ferroviária.

"Por outro lado, existe nos agentes económicos e na região Alentejo a ambição de uma linha de passageiros de alta velocidade, acompanhando o mesmo trajeto, com paragem em Évora, capital do Alentejo", sublinharam.

Na mesma pergunta, o PSD assinalou ainda que o traçado da linha junto a Évora "não afastou suficientemente a travessia do perímetro urbano de Évora" e é criticado "por todas as forças vivas da comunidade e cidadãos".

"Teremos dezenas de comboios diariamente a esventrar núcleos habitacionais densamente povoados", avisaram, lembrando que o Título Único Ambiental (TUA) prevê "um vasto conjunto de medidas e de ações de minimização de impactes".

Com a pergunta, os deputados querem saber se o Governo pode garantir que as medidas de minimização dos impactes ambientais estão a ser cumpridas e se a linha ferroviária vai ter um terminal de mercadorias no distrito de Évora.

Estão em fase de obra os quatro troços que vão integrar o Corredor Internacional Sul, entre Sines e a fronteira do Caia, em Elvas (Portalegre), no âmbito do Programa de Investimentos na Expansão e Modernização da Rede Ferroviária Nacional "Ferrovia 2020".

O projeto pretende reduzir o tempo de trajeto, em consequência da utilização de comboios de tração elétrica entre Sines e Caia, e "aumentar a eficiência e atratividade" do transporte ferroviário de mercadorias, ao permitir a circulação de comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento.

Leia Também: Previstas perturbações na ferrovia devido a greve na 3.ª e 5ª feira

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