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Fugir à discussão? Moedas diz que abandonou reunião por "razões pessoais"

Autarca de Lisboa nega ter saído da reunião camarária para fugir à discussão "incómoda" sobre o novo aeroporto, como acusou o PCP.

Fugir à discussão? Moedas diz que abandonou reunião por "razões pessoais"
Notícias ao Minuto

12:56 - 28/07/22 por Tomásia Sousa

Política Carlos Moedas

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), esclareceu esta quinta-feira que abandonou a reunião de ontem antes de discutir a proposta comunista sobre o novo aeroporto por "razões pessoais", de ordem familiar, rejeitando as acusações do PCP de estar a tentar fugir a uma discussão "incómoda". 

"Não há aqui nenhum problema, não tem nada a ver com não querer discutir aquilo que é o aeroporto de Lisboa", respondeu, até porque essa é "uma decisão que será do Governo", explicou.

A justificação surge depois de o vereador do PCP João Ferreira ter acusado o autarca de "fugir a uma discussão incómoda" sobre o futuro do aeroporto Humberto Delgado, por se ausentar da reunião pública antes da apreciação da proposta dos comunistas.

João Ferreira desafiou mesmo Moedas a marcar uma reunião extraordinária esta semana para discutir a proposta comunista.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a um dos espaços da Carris onde é possível solicitar o passe gratuito para quem tem mais de 65 anos, o presidente da Câmara limitou-se a acrescentar que o novo aeroporto é  "é muito importante" e que, enquanto autarca, "vai esperar que o Governo fale" consigo sobre o assunto.

"O aeroporto é muito importante, é muito importante termos um novo aeroporto mas essa decisão é uma decisão do Governo e nós estaremos aqui para acompanhar", disse.

O autarca de Lisboa vai esperar que o Governo fale com o autarca de Lisboa."

Depois de mais de sete horas de reunião, que se iniciou pelas 15h00, o presidente da Câmara de Lisboa disse, por volta das 22h00, que teria de se ausentar: "Vou deixar o seguimento da reunião - porque, infelizmente, vou ter que me ausentar - à senhora vereadora Filipa Roseta".

Com a saída de Carlos Moedas, o vereador do PCP João Ferreira acusou a liderança PSD/CDS-PP de "manifesto desrespeito pelos direitos da oposição", referindo que a proposta dos comunistas "Novo Aeroporto de Lisboa: medidas a tomar tendo em vista a sua concretização e a desativação faseada do Aeroporto Humberto Delgado" foi aceite como extra-agenda desta reunião, uma vez que "o presidente não a quis agendar como estava obrigado regimentalmente".

Acompanhado pelo líder do PSD, Luís Montenegro, nesta ação relacionada com os transportes, Carlos Moedas foi também interrogado sobre a posição do partido sobre o assunto, acabando por responder que "conhece muito bem" o posicionamento dos sociais-democratas.

"É uma medida de descarbonização da cidade"

Desde o início desta semana, os residentes em Lisboa com idade igual ou superior a 65 anos passam a poder deslocar-se gratuitamente nos transportes públicos.

"É uma medida de descarbonização da cidade", indicou, referindo que poucas capitais europeias já o fizeram. "É das medidas mais importantes para combater as alterações climáticas."

De acordo com Carlos Moedas, cerca de três mil pessoas daquela faixa etária já aderiram ao passe, e estão "muito contentes porque estamos numa altura de crise, de inflação".

"Estamos a liderar pelo exemplo e por isso é importante ter aqui o líder do PSD, porque esta medida não pode ficar só por Lisboa", sublinhou Moedas, ao lado de Luís Montenegro.

O líder do PSD reconheceu que a medida é "uma forma de intervir na vida das pessoas positivamente" e assumiu querer associar-se "a esta estratégia que tem sido desenvolvida pela Câmara de Lisboa".

"Apesar de, a nível nacional, sermos oposição, temos a oportunidade de intervir na vida das pessoas através dos nossos autarcas, daqueles que no terreno e no território nos representam, e esta é uma medida extremamente positiva do ponto de vista ambiental e da qualidade de vida que oferece às pessoas - e muitas delas com muitas dificuldades, sabemos que o nível médio das pensões em Portugal é muito baixo", rematou Montenegro.

"Com esta medida, têm a possibilidade de se movimentar nos seus afazeres diários", concluiu.

[Notícia atualizada às 13h51]

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