PSD critica "aventureirismo" da Câmara de Lisboa
O PSD considerou hoje que liderança da Câmara de Lisboa segue um caminho de "algum aventureirismo" ao querer assumir a gestão da Carris e do Metro, "risco" que "pode significar uma subida das taxas e impostos municipais".
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Política Carris
A Câmara de Lisboa, em que o PS tem maioria absoluta, aprovou hoje, com os votos contra do PSD e as abstenções do CDS-PP e do PCP, uma deliberação que mandata o presidente, António Costa, a negociar com o Governo a passagem da gestão destas duas empresas de transportes públicos para o município.
"Achamos que é um caminho de algum aventureirismo comprometer-se com um cenário cujas consequências financeiras não são certas", afirmou o vereador do PSD António Prôa em declarações à agência Lusa.
Lembrando que "o resultado da operação [das empresas] tem sido sempre negativo", o social-democrata defendeu que "assumir este risco pode significar uma subida das taxas e impostos municipais".
Para António Prôa, trata-se de "um compromisso precipitado, que não resulta de uma necessidade".
Também o PCP tem dúvidas sobre o processo. "Entendemos que os municípios não têm capacidade, quer financeira quer logística, de gestão de empresas deste tipo", afirmou o vereador Carlos Moura.
Lembrando que o PCP "sempre se opôs à privatização" de empresas públicas, e apesar de entender que "há alguma preocupação com a manutenção destas empresas na esfera pública", o vereador considera "esta não deve ser a solução".
"O que tememos que venha a acontecer é estar aberta uma porta para que mais tarde seja alterado o concessionário [passe a ser um privado]. De certa forma é de uma concessão que aqui se trata, por um prazo que não conhecemos", disse.
O PSD, por outro lado, defende que, "tendo em conta o histórico das empresas de gestão pública, não se deve manter a gestão pública".
"O caminho deve ser outro", disse António Prôa, revelando que o PSD apresentou uma proposta alternativa: "a Câmara Municipal de Lisboa deve comprometer-se no processo de concessão [a privados] de impor as condições da concessão, acompanhá-la, ser regulador, mas não exercer ela própria a concessão".
Contactado pela Lusa, o vereador do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, reafirmou a posição assumida no sábado, concordando com as negociações entre o município e o Governo.
O vereador do PCP, para quem "a Carris e o Metro não servem apenas a cidade de Lisboa, nem os apenas os habitantes de Lisboa", defendeu que "outros municípios deveriam ter sido envolvidos em todo o desenvolvimento desta situação".
"Deveriam ser envolvidas outras autarquias e outros agentes, como a Autoridade Metropolitana dos Transportes", referiu Carlos Moura.
A câmara e o Ministério da Economia vão dar início a uma negociação para que o município assuma a gestão da Carris e do Metro "desde já, sem prejuízo de o capital das empresas se manter no Estado", disse hoje António Costa.
O autarca, que tem defendido o regresso da Carris e do Metro ao município, depois de as empresas terem sido nacionalizadas em 1975, afirmou que a sua posição se mantém.
"Para este primeiro contrato o prazo de vigência será de um mínimo cinco e de um máximo dez anos. A vontade da câmara é ser restituída da totalidade dos seus direitos", disse.
O autarca socialista tem já uma proposta de modelo de gestão a apresentar à tutela, mas recusou apresentá-la aos jornalistas, em conferência de imprensa, para "não condicionar" a negociação.
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