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Moreira da Silva rejeita convites de Montenegro mas recusa ser "oposição"

Jorge Moreira da Silva, que disputou a liderança do PSD com Luís Montenegro, revelou hoje ter sido convidado pelo líder para "várias funções", mas recusou porque gosta de "coisas claras", e indicou que não será "líder de fação".

Moreira da Silva rejeita convites de Montenegro mas recusa ser "oposição"
Notícias ao Minuto

18:54 - 02/07/22 por Lusa

Política PSD/Congresso

Discursando no 40.º Congresso Nacional do PSD, que decorre até domingo no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, Moreira da Silva revelou ter sido desafiado por Luís Montenegro "para várias funções no últimos dias".

"Apesar deste gesto de simpatia e de generosidade, eu entendi que no melhor interesse do partido, era preferível não integrar as listas porque eu gosto de coisas claras e essa integração não daria um bom contributo ao partido e colocaria em dúvida a integridade dos projetos e das ideias", justificou.

O antigo ministro do Ambiente disse ter decidido "contribuir para a unidade e para a estabilidade" do PSD como "militante de base" e revelou que não encabeçará "qualquer lista própria ao Conselho Nacional", nem patrocinará listas de apoiantes.

"Eu não sou líder de fação e quem me apoiou não será oposição", salientou, desejando "sorte e êxito" a Montenegro e indicando que poderá contar consigo.

"Com a responsabilidade acrescida de ter sido candidato derrotado, de uma forma expressiva, à liderança do partido, quero assegurar ao Luís Montenegro que da minha parte e, estou certo, da parte de todos aqueles que me apoiaram e a quem quero agradecer de forma muito sensibilizada, todas as condições de unidade e de estabilidade que são essenciais para o cumprimento do seu mandato com os resultados eleitorais que todos queremos alcançar", salientou.

Moreira da Silva alertou contudo que "a unidade não pode significar unanimismo, pensamento único, cinismo ou terraplenagem das diferenças programáticas".

"Para isso não estou disponível e o Luís Montenegro dispensa bem esse tipo de presente envenenado", assegurou.

Num discurso de quase 20 minutos, o qual classificou como "o mais difícil" da sua vida, o candidato à liderança derrotado nas últimas diretas considerou que este é um "momento único" e que as "expectativas que recaem sobre o PSD são enormes".

E lamentou que Portugal está entregue a um "Governo que não sabe para onde vai" e "está capturado por interesses pessoais e partidários dos seus membros", com um "primeiro-ministro a pensar num cargo em Bruxelas e meia dúzia de ministros mais mobilizados na corrida" aos lugares de António Costa como chefe do executivo e líder do PS "do que nos problemas dos portugueses".

"Temos de ser mais do que oposição, temos de ser a alternativa de esperança que Portugal precisa e que Portugal merece", salientou.

Jorge Moreira da Silva foi ouvido em silêncio e bastante aplaudido, mesmo quando foi interrompido pelo presidente da mesa para avisar do tempo que a intervenção já levava. Poucos minutos depois de começar a falar, entrou na reunião magna o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

Antes, o deputado Carlos Eduardo Reis agradeceu o contributo do líder cessante, Rui Rio, "ao partido num momento difícil" e defendeu que não é possível "dizer que não existem orientações políticas no PSD".

O diretor de campanha de Moreira da Silva reiterou que não vai "encabeçar qualquer lista a órgãos nacionais, traduzindo uma vontade de unidade" e indicou estar "disponível para estar na trincheira do combate político".

Quanto ao posicionamento futuro do PSD, Carlos Eduardo Reis defendeu que "será um erro, atendendo ao quadro parlamentar e social" atual, o partido "fugir do centro político, onde estava a captar eleitorado" e sustentou que "é abdicar de moderação, sentido de responsabilidade, é trair o essencial do projeto fundacional" do partido.

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