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Deputados municipais recomendam criação de empresa pública de água

A Assembleia Municipal de Alenquer aprovou na terça-feira uma recomendação à câmara para manter a concessão a privados da água e saneamento por cerca de uma década e para criar uma empresa ou serviço público para gestão desses serviços.

Deputados municipais recomendam criação de empresa pública de água
Notícias ao Minuto

12:24 - 29/06/22 por Lusa

Política Alenquer

A recomendação da Comissão de Ambiente e Ordenamento do Território (CAOT) foi aprovada à noite, por maioria, com duas abstenções do Chega.

Pede-se que o município do distrito de Lisboa mantenha até 2033 a concessão dos serviços à empresa Águas de Alenquer e que intensifique os esforços para o reequilíbrio da concessão através de mecanismos que não passem pelo aumento das tarifas aos consumidores, entre os quais a redução da Interna de Rentabilidade, que faz com que Alenquer tenha uma das 10 faturas de água mais caras do país (410,94 euros/ano), segundo um estudo da DECO - Associação de Defesa do Consumidor divulgado em janeiro.

A assembleia recomendou que a autarquia avance com a "criação de uma empresa pública ou serviço público de abastecimento de águas e saneamento" para, até ao final da concessão, reforçar a fiscalização do cumprimento do contrato e o acompanhamento do serviço e dotar-se para receber ambos os serviços a partir de 2034.

Segundo o documento, a câmara municipal deve ainda estudar os custos e benefícios da inclusão da gestão dos resíduos urbanos pela nova entidade a ser criada.

É também recomendado que o município avance para a execução de um plano de investimentos na rede de abastecimento de água e de saneamento adequado, já a partir de 2023, considerando que é "fulcral a renovação das infraestruturas" para, no caso da água, minimizar as "ruturas frequentes".

Desde 2017, a Águas de Alenquer tem vindo a pedir o reequilíbrio financeiro da concessão, o que pressupõe um aumento das tarifas.

O município tem vindo a avaliar o pedido, opondo-se à decisão de aumentar mais o preço da água aos consumidores finais e equacionando acabar com a concessão a privados, como o Movimento Alenquer Água Justa pede desde 2019.

Num estudo encomendado pelo município, foi estimada entre 22 e 50 milhões de euros a indemnização a pagar à Águas de Alenquer para acabar com a privatização do serviço antes do fim do contrato de concessão, em 2033.

O estudo citado pela CAOT na recomendação aponta também para a criação de um serviço municipal e para a necessidade de efetuar um investimento de cerca de 100 milhões de euros na renovação das redes de água e de saneamento durante 50 anos, independentemente de quem ficar a gerir o sistema.

O movimento pediu a intervenção da entidade reguladora para a câmara municipal devolver dois milhões de euros cobrados de forma indevida na fatura aos consumidores, o que o município já garantiu fazer não através da devolução do dinheiro, mas do ajuste das tarifas da água nos próximos anos.

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