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"O caos em que está o SNS é algo que não espanta ninguém"

"Isto que agora se passou, a ausência de médicos porque era feriado, era absolutamente expectável", destacou Manuela Ferreira Leite.

"O caos em que está o SNS é algo que não espanta ninguém"
Notícias ao Minuto

23:57 - 16/06/22 por Ema Gil Pires

Política SNS

Manuela Ferreira Leite considerou, esta quinta-feira, no seu habitual espaço de comentário na CNN Portugal, que o "caos em que está o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é algo que não espanta ninguém". Na perspetiva da antiga ministra das Finanças, os problemas que se têm registado em várias urgências hospitalares de todo o país "é o exemplo mais vivo da incapacidade de um Governo agir".

"Isto que agora se passou, a ausência de médicos porque era feriado, era absolutamente expectável", destacou Ferreira Leite, que diz ainda que é um bom exemplo daquela que é a "situação do SNS". "Está sob a possibilidade de um descalabro", acrescentou ainda.

"Eu acho que ela [ministra da Saúde] não sabia que havia feriados. Seria bom avisá-la de que, este ano, o Natal é no dia 25 de dezembro. Isto porque acontecer que os médicos, muitos deles, tomem a decisão - anormal, provavelmente, no seu raciocínio - de o passarem com a família", disse também a antiga governante, a propósito das situações problemáticas que se têm registado em várias urgências hospitalares do país.

Manuela Ferreira Leite destacou ainda que "foi uma novidade" a posição do atual ministro das Finanças, Fernando Medina, a propósito deste tema: "toda a vida ouvimos dizer que havia uma suborçamentação do Ministério da Saúde e afinal não há. Ele disse que não era um problema financeiro, mas que era melhor que o fosse, portanto era mais fácil resolvê-lo", explicou.

"Isso piora um pouco para a imagem da ministra. Ou seja, é tudo da responsabilidade da ministra. Ela tem todos os meios, só não sabe prever e agir", explicou a ex-governante - para quem toda esta situação atual do SNS dá "uma ideia de uma incapacidade, de um desnorteamento, que transmite um sentimento de insegurança relativamente a um serviço ao qual nós devíamos ter toda a segurança".

Face às medidas tomadas para colmatar este problema de falta de médicos nas urgências, Ferreira Leite criticou a proposta feita pela responsável pela pasta da Saúde, Marta Temido, de "contratar médicos no estrangeiro". "Não os vai buscar com certeza a Londres. Devia ter dito onde é que estão os médicos estrangeiros que ela pensa contratar para reforçar os que nos faltam, que era para saber o respeito que ela tem pelos portugueses", disse ainda.

Quanto ao anúncio da criação de uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos, a antiga ministra disse apenas que entra "no 'anedotário' português a ideia de que, quando não se sabe o que se há-de fazer, cria-se uma comissão".

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