A deputada socialista Isabel Moreira considerou que a crise vivida no Serviço Nacional de Saúde (SNS) decorre de problemas estruturais “que têm sido identificados” pelo Governo e que têm vindo a ser traçadas “soluções” que respondem aos mesmos.

Em declarações na CNN Portugal, na quarta-feira, Isabel Moreira começou por destacar que a questão da Saúde tem sido debatida “constantemente” no Parlamento.

“Não foi só nos últimos três ou quatro dias que temos debatido os problemas estruturais do Serviço Nacional de Saúde”, começou por dizer.

“Nós temos problemas estruturais que têm sido identificados e, aliás, estiveram na base, por exemplo, da elaboração do programa eleitoral e do programa do Governo”, acrescentou, notando que outros sistemas de saúde mais robustos a nível internacional enfrentam problemas “muito parecidos”.

A deputada considerou que estes são problemas que dependem “de vários fatores” e que têm de ser “atacados em várias frentes”.

Questionada sobre se estes problemas não têm sido atacados face à situação atual, a socialista defendeu que sim e que este ataque “tem tido eficácia”.

“Nós temos um SNS que, por alguma razão, respondeu à pandemia como respondeu”, notou, destacando os 3,5 mil milhões de euros investidos e os “mais de 31 mil” profissionais de Saúde que deram entrada no SNS.

“Eu gostava de dizer aqui uma coisa, que, primeiro, o Governo define a política de Saúde para todo o sistema de Saúde, portanto, para o privado e para o público. Por outro lado, é importante dizer que não é o Governo que gere os hospitais, o governo não gere hospitais nem gere regiões de saúde, não quer dizer que depois não tenha de atuar sobre os problemas, mas não gere hospitais”, defendeu. 

“Em segundo lugar, nós temos de facto de trabalhar sobre números: nós temos 800 ginecologistas obstetras no SNS e temos 38 hospitais com blocos de partos. Quem é que define as tipologias de escalas para estas matérias, é o Governo? Não. É a Ordem dos Médicos”, acrescentou.

Isabel Moreira destaca que é importante “atuar” e focar a situação em “quem sofre com estes problemas”, mas reiterou a “robustez” demonstrada pelo SNS, nomeadamente nos números de “atendimentos presenciais” ou “cirurgias”.

“Tudo isso tem vindo num crescendo que tem sido irrefutável em termos de números”, sublinhou.

A deputada defendeu ainda que o “preconceito” relativamente ao setor privado “é uma falácia” e notou que aos problemas estruturais também se juntam “questões conjunturais” que não se podem “esquecer”, como os profissionais infetados pela Covid-19.

“De facto há uma linha de soluções que vêm sendo traçadas”, atirou.

Destacando que “nunca vamos ter um SNS perfeito”, Isabel Moreira disse acreditar que a situação será ultrapassada.

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