BE Açores acusa Governo Regional de partidarizar administração pública
O Bloco de Esquerda/Açores acusou hoje o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de partidarizar a administração pública e pediu esclarecimentos sobre a exoneração do presidente da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo a meio do mandato.
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Política Açores
"A substituição do presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo é mais um exemplo da partidarização crescente que este governo está a promover na administração pública", avançou o BE/Açores, em comunicado de imprensa.
O executivo açoriano exonerou, esta sexta-feira, o médico António Salgado de presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo, cargo para o qual foi nomeado em dezembro de 2020 por um período de três anos.
No mesmo dia, foi nomeado para o cargo o médico Paulo Margato, que concorreu pelo PPM às últimas eleições legislativas regionais.
O Bloco de Esquerda quer que o Governo Regional explique à população da ilha do Corvo, que já se manifestou contra a saída de António Salgado, por que "decidiu agora fazer esta substituição, a meio do mandato", quando "durante anos não foi levantado qualquer problema sobre a conduta do seu presidente".
"O governo terá que explicar também quais os custos decorrentes da exoneração do anterior presidente do conselho de administração", apontou o partido.
Os dirigentes bloquistas acusaram o atual executivo de se notabilizar pelos "jobs for the boys" e de "premiar um ex-candidato do PPM".
"A forma como o deputado do PPM, que não tem poderes executivos, falou sobre este assunto à comunicação social, demonstra o seu envolvimento. Estas atitudes do líder do PPM assemelham-se cada vez mais às de um monarca absoluto da ilha, com a bênção do presidente do Governo Regional", salientaram.
O PS/Açores já tinha criticado a decisão, em comunicado de imprensa, acusando o executivo açoriano de ceder a "todas as pressões dos seus parceiros da coligação".
"Ora extingue um cargo de provedor, ora nomeia a esposa de um administrador para um hospital, ora exonera um médico competente e a cumprir bem a sua missão, talvez com alguma segunda intenção", afirmou o deputado socialista Lubélio Mendonça, eleito pelo Corvo.
O secretário regional de Saúde, Clélio Meneses, rejeitou, na sexta-feira, motivações político-partidárias na cessação de funções do presidente da administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo, garantindo que a ilha não iria ficar sem médico e até poderia vir a "ter dois".
"A cessação de funções determinada por despacho diz respeito à presidência do conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo. As funções de António Salgado como médico e delegado de saúde não estão em causa", afirmou Clélio Meneses, em declarações aos jornalistas na Horta, à margem do plenário da Assembleia Legislativa Regional.
O governante explicou ainda que o médico "manifestou a intenção de exercer atividade noutra ilha", o que dependerá "de um pedido de mobilidade e da decisão da tutela", considerando que "seria uma irresponsabilidade" deixar o Corvo "sem médico".
Clélio Meneses negou "absolutamente" que o deputado do PPM, Paulo Estêvão, tenha tido qualquer interferência na decisão da tutela.
Em declarações à Antena 1/Açores, António Salgado considerou que a decisão da tutela resultou de "uma particularidade do Corvo, que é ser mandado de uma forma arbitrária, quase absoluta, por uma figura que é o dono disto tudo e que gere a ilha como se fosse um jogo de tabuleiro, o deputado do PPM".
Também em declarações aos jornalistas na Horta, na sexta-feira, Paulo Estêvão, deputado do PPM eleito pelo Corvo, assegurou ser "mentira qualquer tipo de interferência neste processo".
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