De acordo com o projeto de voto que deu esta quarta-feira entrada no parlamento, e ao qual a agência Lusa teve acesso, o BE refere que Shireen Abu Akleh, jornalista da cadeia de televisão Al-Jazeera desde 1997 foi morta a tiro" esta quarta-feira, "enquanto cobria um raide israelita à cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada", tendo sido "baleada na cabeça, apesar de envergar um colete à prova de bala com a inscrição 'Press'".
"Shireen Abu Akleh disse em tempos que tinha escolhido o jornalismo para estar perto das pessoas, que mudar a realidade podia não ser fácil, mas pelo menos podia dar-lhes voz no mundo. Foi isso que fez durante toda a sua vida", sublinha o partido.
De acordo com os bloquistas, "agora é preciso que a sua morte não seja silenciada nem signifique um silenciamento dos oprimidos e que este ataque à liberdade de imprensa seja firmemente condenado".
Por isso, o BE pretende quer o parlamento português manifeste "o seu pesar pela morte de Shireen Abu Akleh durante o raide israelita à cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada", e condene "qualquer ataque à liberdade de imprensa".
"Shireen Abu Akleh nasceu em Jerusalém e formou-se em jornalismo pela Universidade de Yarmouk, na Jordânia. Concluído o curso voltou à Palestina onde trabalhou em vários meios de comunicação social locais", refere o mesmo texto.
Segundo os deputado do BE, "Ali Sammoudi também foi baleado nas costas e encontra-se fora de perigo", relatando que "no momento em que as forças israelitas abriram fogo tudo estava calmo, não existindo nenhum tipo de confronto" estando apenas "um grupo de jornalistas perfeitamente identificados" reunido junto a uma escola do campo de refugiados de Jenin, onde se "preparava para seguir e relatar a investida israelita".
"Também Shatha Hanaysha, jornalista no local, relatou o episódio à Al-Jazeera, referindo que snipers do exército israelita dispararam deliberadamente sobre o grupo de jornalistas", acrescenta.
A diplomacia da União Europeia (UE) condenou hoje veementemente o assassínio de Shireen Abu Akleh, pedindo uma "investigação exaustiva e independente" e a responsabilização dos culpados.
Já o chefe do exército israelita disse ser incerto quem disparou a bala que vitimou esta manhã a jornalista da Al Jazeera, depois de ter inicialmente responsabilizado pelo assassínio militantes palestinianos.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação internacional independente sobre esta morte, enquanto a Liga Árabe pediu também uma "investigação exaustiva" sobre o que considerou "assassinato" da correspondente da cadeia de televisão do Qatar Al-Jazeera, Shireen Abu Akleh, atingida "por balas israelitas".
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