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BE fala em "estado de desgraça". Perda "permanente" do poder de compra

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, falou hoje num "estado de desgraça dos salários" e recusou que o aumento da inflação seja temporário, defendendo que os portugueses vão experienciar "uma perda de poder de compra permanente".

BE fala em "estado de desgraça". Perda "permanente" do poder de compra
Notícias ao Minuto

13:00 - 29/04/22 por Lusa

Política Orçamento do Estado

Numa intervenção de fundo no segundo dia do debate parlamentar da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o deputado do BE afirmou que este Governo, ao apresentar um Orçamento do Estado, o primeiro de "uma maioria absoluta do PS, que diz claramente que se rende perante a inflação e aceita a perda generalizada do poder de compra no país".

"É uma mudança brutal que não é de perda de estado de graça, é da entrada num estado de desgraça dos salários no nosso país", criticou, considerando que "a mesma ladainha [da direita] que tanto fez mal ao país vez agora pelas mãos do Governo do PS", o que o BE "não aceita".

O líder parlamentar do BE defendeu também que "é uma mentira a ideia de que a inflação é temporária", acusando o Governo de estar "a enganar as pessoas" e considerou "incompreensível que o Governo não tenha no orçamento do Estado uma resposta para a brutalidade da inflação que hoje retira poder de compra às famílias, atrasa a economia e cria mais desigualdades".

"Digam a verdade às pessoas, digam a verdade que o que vai acontecer é que os preços não vão baixar amanhã. O próprio Orçamento do Estado diz que no próximo ano os preços continuarão a aumentar", salientou, considerando que "não há nada temporário aqui, o que há é uma perda de poder de compra permanente, empobrecimento permanente do país".

Pedro Filipe Soares considerou ainda o debate "estranho", por parecer que "é sobre a história, quer económica, quer política do país na última década" e também "que o PS tenha agarrado nas maldades todas que a direita fez no Orçamento do Estado para 2013 para dizer 'nós somos diferentes'".

"Achei estranho porque este mesmo Grupo Parlamentar do PS escolheu alguém para presidente, o senhor deputado Eurico Brilhante Dias, que em 2013 dizia que o Governo de PSD e CDS, no qual esta direita toda se sentia representada, o que cortou foi pouco", indicou.

O deputado bloquista ironizou também que o atual ministro das Finanças, Fernando Medina, "vem agora dizer que afinal o ex-ministro das Finanças João Leão era um irresponsável" quando apontou "um défice de 3,2%" para este ano, entretanto revisto em baixa para 1,9%.

Numa resposta, o deputado socialista Sobrinho Teixeira salientou que "a preocupação central deste orçamento é de atender a todos os portugueses e todas as famílias", elencando várias medidas contidas no documento, e criticou que o BE "não vê ou não quer ver".

Também numa intervenção de fundo, dedicada ao tema da justiça, a deputada do PS Isabel Rodrigues admitiu que Portugal não tem "ainda um sistema de justiça isento de problemas", apontando que "não obstante a extraordinária recuperação conseguidas noutras jurisdições, subsistem na justiça administrativa e fiscal, onde a recuperação foi bastante mais tímida, níveis de acumulação processual e tempos de resolução com os quais não podemos nem queremos conformar-nos".

De seguida, a deputada salientou que, com este orçamento, o PS vai continuar a "investir na modernização da plataforma digital da justiça e em mais tecnologia ao serviço dos tribunais, da investigação criminal, dos registos" e vai reforçar a "proteção e apoio às vítimas de crimes" e "o combate à corrupção".

Também numa intervenção a partir do púlpito, o líder parlamentar do Chega insistiu no pedido ao Governo que reverta a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, considerando que essa decisão visou "agradar aos inimigos das forças de segurança" e ao BE.

Na sua intervenção, Pedro Pinto criticou também que as forças de seguranças foram "abandonadas pela esquerda", existindo "esquadras a cair de podre" e "os subsídios de risco são utopia".

Considerando que o OE2022 "sobre forças de segurança pouco ou nada diz", o deputado do Chega questionou "quantos efetivos" vão reforçar as polícias.

[Notícia atualizada às 14h02]

Leia Também: OE2022: Deputada única do PAN vai abster-se na generalidade

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