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Louçã. Recado de Marcelo a Costa é "perfeitamente compreensível"

Antigo dirigente do Bloco de Esquerda considerou ainda que as disputas do PSD à Direita são um "maná dos céus" para os socialistas.

Louçã. Recado de Marcelo a Costa é "perfeitamente compreensível"
Notícias ao Minuto

23:55 - 01/04/22 por Notícias ao Minuto

Política Francisco Louçã

O antigo dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, comentou esta sexta-feira o 'recado' de Marcelo Rebelo de Sousa ao primeiro-ministro, quando este ameaçou com eleições uma hipotética saída de António Costa para o Conselho Europeu.

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, Louçã considerou "perfeitamente compreensível" as palavras do Presidente da República, dado ao precedente criado por Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, mas também porque "não se faz uma disputa, impondo este arraso político de uma maioria absoluta, para depois dizer 'bom, agora entretenho-me com outras coisas'. Isso não se faz".

Para o conselheiro de Estado, é também "muito curioso que o Presidente, que não tornou secreto que estava preocupado com a escolha do primeiro-ministro sobre a continuidade ou não depois da eleição do próximo presidente do Conselho Europeu em 2024, ter tornado pública de forma tão incisiva, provocando desagrado no Partido Socialista".

Para o antigo dirigente bloquista, a reação de Marcelo "quer dizer que o Presidente, ou não perguntou, ou não obteve resposta nas conversas que teve com o primeiro-ministro, e quis marcar o terreno sobre isso".

Na verdade, o "primeiro-ministro, por indireta pessoa, veio sempre dizer que quer cumprir o mandato, e não seria possível outra coisa. Mesmo que o Presidente não suscitasse o problema, se daqui a dois anos anos o primeiro-ministro saísse, com a história que já há, era evidente que teria sempre que haver eleições", rematou Louçã.

Imbróglio de Santos Silva é "maná dos céus" para o PS

Na semana também em que tomou posse um novo Governo e uma nova Assembleia da República, o discurso do novo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, também foi um dos momentos políticos da semana para Francisco Louçã.

O comentador considerou o discurso "muito consistente", realçou a curiosidade histórica da "reivindicação do patriotismo e a recusa do nacionalismo", mas a fase do discurso em torno no "espaço da liberdade" é de particular relevância.

Segundo Louçã, a presença fortalecida do Chega no Parlamento, que "será muito atingido pela repetição do discurso de ódio, não há nenhuma surpresa sobre isso", é uma faca de dois gumes para o Partido Socialista.

"Augusto Santos Silva terá um problema delicado, sendo que o que para ele há um problema de gestão de equilíbrio parlamentar, para o Partido Socialista é uma enorme vantagem. Que o PSD esteja apertado pela IL e pelo Chega é um maná dos céus. O PS pode estar muito ao centro, com o PSD a tentar competir muito à Direita (e veremos quem ganha a eleição do PSD), e poderá ao mesmo tempo acenar aos seus eleitores à esquerda, que é o perigo de uma aliança de direita e extrema-direita. Portanto, é quase gratuito este argumento político, é muito fácil", explicou Louçã.

Programa do PS apresenta "preguiça"

A semana concluiu com a apresentação do programa do Governo esta sexta-feira. Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e a 'número dois' no Governo, apresentou um programa assente nos "desafios fundamentais" da emergência climática, da transição digital, do défice demográfico e do combate às desigualdades.

Francisco Louçã juntou a sua voz ao coro de críticas ao Governo, afirmando que "o PS mostrou preguiça" ao apresentar um programa pouco diferente do programa eleitoral.

"A maioria absoluta faz muito mal. É evidente que o programa devia ter sido ajustado substancialmente. Já nos vamos aproximando do fim da pandemia, mas há problemas graves do ponto de vista da saúde e temos uma guerra que vai alterar o padrão", disse.

O comentador também salientou o impacto que a guerra na Ucrânia já começou a ter no aumento da inflação, e que "vai empobrecer camadas da população", devia ter sido mencionada no documento. "Claro que depois os Orçamentos é que têm de responder especificamente a isto, mas que não haja uma visão global, uma mudança no texto, seria de todo prudente", concluiu o antigo dirigente bloquista.

Leia Também: "De todos, serei o presidente". Primeiras palavras de Santos Silva na AR

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