Rui Rio criticou esta segunda-feira o Governo, denunciando que milhares de emigrantes no círculo eleitoral europeu voltaram a não poder exercer o seu direito de voto.

Numa publicação no Twitter, o (ainda) líder social-democrata disse que milhares de portugueses "voltaram a não receber a documentação necessária para votar na repetição das eleições", e acusou o Ministério da Administração Interna de ser "incompetente".

"Quem organiza as eleições é o incompetente Ministério da Administração Interna, mas para o PS a culpa deve ter sido do… PSD", rematou Rui Rio.

Há milhares de emigrantes portugueses na Europa que voltaram a não receber a documentação necessária para votar na repetição das eleições. Quem organiza as eleições é o incompetente Ministério da Administração Interna, mas para o PS a culpa deve ter sido do … PSD.

— Rui Rio (@RuiRioPSD) March 14, 2022

O presidente do PSD não indicou provas para as acusações mas, no fim-de-semana, já tinha criticado o processo eleitoral para a comunidade emigrante na Europa.

A repetição do voto para o círculo da Europa decorreu este fim-de-semana, depois de terem sido anulados 80% dos votos neste círculo durante as legislativas por terem sido misturados votos válidos com votos considerados inválidos por não terem sido acompanhados de uma cópia do documento identificativo. Estes 80% correspondem a 157 mil votos de portugueses emigrantes na Europa.

Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades disse, no fim-de-semana, que mais portugueses votaram presencialmente nesta repetição do voto do que em janeiro, apesar das notícias que emergiram sobre a reduzida adesão ao voto presencial nos consulados portugueses. Mas os votos por correio serão considerados pela Comissão Nacional de Eleições até ao dia 23 deste mês.

Na quinta-feira, o presidente do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa (CRCPE) tinha alertado que muitos emigrantes ainda não tinham recebido o boletim para votar, apesar dos votos via postal terem de chegar a Portugal ao até dia 23.

Pedro Rupio falava à agência Lusa à margem da reunião do CRCPE, tendo-se manifestado preocupado por ainda existirem emigrantes sem boletim de voto, pois considera que estes deveriam ter chegado nos primeiros dias de março.

O voto presencial dos portugueses residentes na Europa para a repetição das eleições legislativas, que tinha arrancado no sábado, terminou no domingo nas embaixadas e consulados de Portugal.

Para esta modalidade de voto estavam inscritos 400 eleitores, num universo total de 946.841 eleitores recenseados no círculo da Europa, e votaram 152 cidadãos.

"Esse número representa um acréscimo de 31% face aos 116 cidadãos que exerceram o seu direito de voto presencial em 34 embaixadas e postos consulares para a eleição do dia 30 de janeiro. O apuramento dos votos será feito em Portugal, na respetiva mesa de recolha e contagem, nos dias 22 e 23 de março", refere uma nota hoje divulgada pelo Ministério da Administração Interna.

O círculo da Europa elege dois deputados para a Assembleia da República. Em 2019, PS e PSD dividiram os assentos, tendo sido eleitos os deputados Paulo Pisco pelos socialistas e Carlos Gonçalves pelos sociais-democratas.

[Notícia atualizada às 21h18]

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