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Combustíveis? "Governo fez os serviços mínimos, vai ter de ir mais longe"

Marques Mendes adiantou, no espaço habitual de comentário na SIC, que medidas foram discutidas no último Conselho Europeu e que devem ser concretizadas nas próximas semanas.

Combustíveis? "Governo fez os serviços mínimos, vai ter de ir mais longe"
Notícias ao Minuto

22:48 - 13/03/22 por Tomásia Sousa

Política Marques Mendes

Luís Marques Mendes afirmou, este domingo, que o Governo fez o "mínimo dos mínimos" ao baixar o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) aplicado ao gasóleo e à gasolina.

No espaço habitual de comentário na SIC, o conselheiro de Estado sublinhou que, desde o início da guerra, o gasóleo teve um aumento de 23% e a gasolina 15%, considerando as subidas previstas a partir de amanhã.

"O Governo fez os serviços mínimos, mas vai ter de ir muito mais longe, sobretudo em baixa dos impostos, seja no IVA seja no ISP", referiu. "Porque evidentemente que esta situação começa a tornar-se insustentável."

O antigo líder do PSD sublinhou também os aumentos no preço do trigo (60% em três semanas) e do milho (41%), que considerou "outro problema sério".

E concluiu: "No domínio dos combustíveis, o Governo vai ter de ir mais longe do que aquilo que foi até ao momento. Segundo, vai ter de tomar medidas para apoiar as empresas industriais, em geral, e agrícolas, em particular. Vai ter também de tomar medidas no domínio de apoiar as famílias mais pobres e eventualmente também o lay-off simplificado".

Para Marques Mendes, "estamos perante uma nova pandemia". E se, na "pandemia anterior", a União Europeia ajudou em vários domínios, agora "também é preciso que a Europa ajude e que haja uma complementaridade entre medidas europeias e medidas nacionais".

O conselheiro de Estado adiantou que, no último Conselho Europeu, "foram tomadas algumas decisões que devem ser concretizadas nos próximos dias ou semanas", tais como um investimento "que pode ter um valor na ordem dos 200 mil milhões de euros".

"Este programa destinar-se-á sobretudo a três áreas: investimentos em cibersegurança, defesa e interconexões na área da energia", adiantou.

Por outro lado, foi também abordada na reunião dos líderes a ideia de um novo PRR para empresas, "a chamada bazuca", mas esta "não tem consenso na UE", avançou Marques Mendes.

"A Comissão Europeia vai autorizar apoios às empresas mais afetadas pela subida dos preços", anunciou também.

Por outro lado, o "terceiro leque de decisões que também está a ser tratado em Bruxelas, por aquilo que apurei, são as compras conjuntas de produtos agrícolas", apontou, referindo que a ideia é semelhante ao que aconteceu durante a pandemia: a compra conjunta de vacinas.  

Sobre o conflito na Ucrânia em si, Marques Mendes admitiu que esta será sempre "uma guerra desigual", mas sublinha que a estratégia inicial da Rússia "era claramente em meia dúzia de dias tomar Kyiv, mudar de governo, hastear a bandeira e decretar que a vitória estava assegurada".

"Como não aconteceu nada disso, houve aqui alguma reorientação da estratégia", indicou. "Por isso é que nós vemos que, no plano militar, as coisas estão relativamente empatadas. Ou seja, a Rússia reorientou a sua estratégia e as suas tropas, designadamente aquela coluna militar enorme a caminho de Kyiv."

"Felizmente, na última semana, começaram a concretizar-se alguns corredores humanitários. Foi algum avanço positivo", considerou.

"As más notícias são, por exemplo, o ataque a uma maternidade, é uma coisa inqualificável, imoral. E o elevado número de civis que continua a ser ceifado nesta guerra."

Já no plano da informação, o antigo líder social-democrata considera que "é mais ou menos óbvio que a Ucrânia está a ganhar", já que o presidente Zelensky é "um caso exemplar a usar as armas modernas de comunicação", como as redes sociais.

"Se a mensagem dele chegasse à Rússia, eu acho que Putin tinha um problema. A grande questão é que a Rússia não é uma democracia, não há liberdade de expressão", lamentou.

Quanto à quarta ronda de negociações, agendada para amanhã, Luís Marques Mendes confessou não ter grandes expectativas: "Não acredito que haja nenhum acordo sobre nada relevante a não ser corredores humanitários".

"Não tenho grandes expectativas, acho que Putin não tem condições para recuar, ele está isolado politicamente, cercado politicamente", afirma.

Para os próximos dias, o comentador aponta que é uma questão importante saber se as tropas russas conseguirão chegar a Kyiv, mas também perceber se a Rússia vai ou não usar armas químicas e biológicas.

"Não estamos a falar ainda de armas nucleares. É, digamos assim, um passo antes das armas nucleares", esclareceu. "Estas armas químicas e biológicas são armas que são menos destrutivas em termos de património, de infraestruturas, mas são muito mais letais em matéria de pessoas. E, portanto, ninguém sabe se a Rússia as vai usar ou não - se usar, paga um preço brutal em termos de opinião pública."

Ainda assim, Marques Mendes acredita que, "se se vir desesperada, [a Rússia] usa todas as armas".

[Notícia atualizada às 23h57]

Leia Também: Governo prevê subidas de 16 e 11 cêntimos no gasóleo e gasolina

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