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PCP vota contra recomendação sobre refugiados. "Desconsidera outros"

João Ferreira justificou que não se pode tratar da situação dos refugiados "desconsiderando outros".

PCP vota contra recomendação sobre refugiados. "Desconsidera outros"
Notícias ao Minuto

08:23 - 09/03/22 por Tomásia Sousa

Política Assembleia de Lisboa

O Partido Comunista Português (PCP) volta a estar no centro da polémica, na sequência do conflito da Ucrânia, ao votar contra uma recomendação para a adoção de medidas para apoio e receção de refugiados. João Ferreira justificou que não se pode tratar da situação dos refugiados "desconsiderando outros".

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta quarta-feira a recomendação do Bloco de Esquerda (BE) de solidariedade com o povo ucraniano, pela implementação urgente de medidas para apoio e receção a pessoas refugiadas e de sanções contra a oligarquia russa.

A recomendação propunha, entre outras coisas, que "seja feito um esforço para que as famílias se reencontrem quando vêm da Ucrânia para cá, para o reagrupamento familiar", explicara ontem a coordenadora do Bloco.

"E também para que recebamos não só quem foge da guerra da Ucrânia, mas também aqueles que na Rússia se manifestam contra a guerra e por isso estão a ser perseguidos e Portugal deve ter um papel a apoiar estas pessoas corajosas que na Rússia também dizem não à guerra. Apoiar a Ucrânia, apoiar as vozes da oposição a Putin para que possamos fazer o nosso melhor no esforço de travar a guerra", detalhou ontem Catarina Martins.

O documento, dividido em quatro pontos, foi aprovado, mas contou com o voto contra do PCP em todos os quatro aspetos apresentados.

Já esta quarta-feira, o antigo eurodeputado comunista João Ferreira explicou que o partido entende que "importa não tratar a situação dos refugiados de forma restritiva ou discriminatória, abrangendo apenas alguns cidadãos em algumas circunstâncias e desconsiderando outros cujas circunstâncias merecem proteção com idêntica dignidade".

João Ferreira adianta ainda, numa publicação feita no Twitter, que o PCP está a trabalhar noutra proposta, "sobre acolhimento e integração de refugiados da guerra na Ucrânia "subscrita por várias forças políticas" que será votada hoje.

"O âmbito desta proposta é mais vasto, sendo esta mais completa", justifica. "Por exemplo, indo além das situações de reagrupamento familiar. Eventualmente desiludirei alguns adeptos do 'tiro ao PCP'. Mas é assim."

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. O PCP tem recebido críticas de outros partidos e figuras políticas por não ter, desde logo, assumido uma posição marcadamente contra o regime de Vladimir Putin.

Os ataques na Ucrânia provocaram também a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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