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Livre com duas listas candidatas à direção pela primeira vez

O Livre tem pela primeira vez duas listas candidatas à direção, que será eleita no congresso deste fim de semana, no qual a oposição interna insistirá numa maior diversidade de vozes do partido no espaço público.

Livre com duas listas candidatas à direção pela primeira vez
Notícias ao Minuto

12:07 - 04/03/22 por Lusa

Política Livre

O XII Congresso do Livre realiza-se este sábado e domingo, no Convento de São Francisco, em Coimbra, e vai eleger os órgãos nacionais para o mandato 2022-2024, entre eles, o novo Grupo de Contacto (direção).

O Grupo de Contacto é o órgão executivo do Livre, composto por 15 membros, "eleitos em lista no Congresso, nos termos do seu regulamento próprio e de acordo com o método de Hondt", lê-se nos estatutos, sendo por isso certo que contará com membros de ambas as listas candidatas.

Este órgão tem um porta-voz, "escolhido de acordo com o tema a ser abordado no exterior, sendo por isso um cargo rotativo", não existindo no partido uma figura formal de líder.

Rui Tavares, deputado eleito pelo partido nas últimas eleições legislativas e 'número 2' da lista 'A', declarou à agência Lusa que esta representa "um reforço e um prolongamento de uma direção do partido que existiu durante seis anos e que agora vai ser renovada".

Segundo o deputado eleito pelo Livro, a direção atual conseguiu "salvar o partido várias vezes", inclusive após a perda de representação parlamentar em 2020, meses depois da eleição histórica de Joacine Katar Moreira.

O dirigente, que nos últimos anos tem sido apenas membro da Assembleia -- órgão máximo entre congressos -- defendeu que a atual direção trabalhou "em circunstâncias bastante difíceis" tendo demonstrado "uma grande abnegação e dedicação ao partido".

"Tal como disse na noite eleitoral das eleições legislativas, o Livre teve uma espécie de segunda oportunidade, mas não terá uma terceira, portanto, esta oportunidade é para ser aproveitada, não é para ser perdida. Ou seja, agora, para além de sermos um partido da convergência, temos que ser um partido da abrangência, ir para a sociedade civil e fazer crescer o espaço da esquerda verde europeia em Portugal", sustentou.

Rui Tavares quer que o Livre se defina como uma força política em crescimento, não como "um partido pequeno", abrindo-se à sociedade, com o objetivo de ser um "partido médio daqui a alguns anos".

Com uma moção de estratégia global intitulada "O Futuro nas nossas mãos", a lista 'A' defende que é importante para a afirmação do Livre no debate público que "a sua voz se faça ouvir através de porta-vozes gerais", propondo uma colaboração fluída entre órgãos internos.

No entanto, os subscritores da moção da lista 'B', intitulada "Concretizar o Livre", consideram que no último mandato a Assembleia "não foi envolvida nos processos de orientação, decisão e negociação das políticas conducentes à afirmação do partido" e que na prática, este órgão "foi regularmente remetido a um papel de validação final do trabalho do Grupo de Contacto".

Em declarações à Lusa, Patrícia Robalo, dirigente e número um pela lista 'B', quer ver mais pluralidade no Livre, frisando que o partido tem "pessoas de grande valor técnico e cívico" que devem representá-lo publicamente em diferentes ocasiões.

"Não achamos sustentável, para conseguirmos uma boa base de apoio social e eleitoral, focarmos toda a nossa atenção em duas, três caras. Achamos que deve haver uma diversidade natural de caras do Livre e que isso é um dos pontos que fará crescer o partido num futuro breve", sustentou.

Na moção desta lista pode ler-se que "a resistência ao trabalho colaborativo mais alargado no partido, bem como a concentração de confiança num círculo fechado de pessoas, tem levado a uma distribuição ineficiente e centralizada do trabalho que resulta em atrasos e limitação de expectativas que o crescimento do partido desde 2019 permitiria almejar".

Ambas as listas traçam como objetivo de mandato continuar a trabalhar para a adesão formal aos 'Verdes Europeus', família ideológica do partido, e numa aposta na criação de mais Núcleos Territoriais pelo país.

Ponto em comum é também o papel de escrutínio que o Livre se propõe a ter face à maioria absoluta alcançada pelo PS nas legislativas e a afirmação do partido como representante das causas ecológicas, num contexto em que o PEV perdeu o seu lugar no parlamento e o PAN deixou de ter um grupo parlamentar.

Além da direção, neste congresso o Livre vai eleger também os 50 membros da Assembleia, eleitos uninominalmente, e o Conselho de Jurisdição, 'tribunal' interno do partido, que também conta com duas listas candidatas.

O último congresso eletivo realizou-se em janeiro de 2020 e ficou marcado pelo clima tenso entre a deputada Joacine Katar Moreira, então filiada, e o partido. Nessa reunião magna, foi adiada a decisão relativa à retirada da confiança política à sua deputada, que se exaltou e acusou os dirigentes de mentiras.

Leia Também: Livre escolhe nova direção após a eleição de Tavares como deputado

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