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"Pessoas lembram-se mais de receber 60 euros de uma vez que 10 cada mês"

Repetição das eleições legislativas no Círculo da Europa foi um dos temas em cima da mesa no comentário semanal de Francisco Louçã, na SIC Notícias. Para o economista, "fica um problema monumental" que "conduzirá, naturalmente, a um grande aumento da abstenção".

"Pessoas lembram-se mais de receber 60 euros de uma vez que 10 cada mês"
Notícias ao Minuto

23:18 - 18/02/22 por Notícias ao Minuto

Política Francisco Louçã

A repetição das eleições legislativas no Círculo da Europa, decidida esta semana pelo Tribunal Constitucional (TC), foi um dos temas que esteve em destaque no habitual comentário das sextas-feiras de Francisco Louçã, na SIC Notícias. Para o economista e fundador do Bloco de Esquerda, "o percalço começa por condicionar o país", porque, "naturalmente, isto é uma vergonha" para Portugal. 

"Quando o Tribunal Constitucional toma esta decisão, não podia mudar a natureza das eleições. Não podia condicionar as eleições a um prazo que não permitisse que houvesse o voto por correspondência, porque, na eleição que está anulada, assim aconteceu também", dissertou Louçã. 

Agora, "fica um problema monumental" que "conduzirá, naturalmente, a um grande aumento da abstenção". "Já se sabe o resultado eleitoral, porque é que as pessoas terão a mesma motivação? Podem estar zangadas e até mudar o seu voto, mas sabem que nada muda no panorama português e que o seu voto não só foi desprezado como agora pesa menos neste contexto", asseverou. 

Outra questão "fundamental" prende-se com o facto de ser "desaconselhado em Portugal que se utilizem fotocópias de documentos de identificação", mas ele é "obrigatório" neste contexto. "Mas o critério que foi usado na contagem dos votos na Europa não foi o que foi utilizado fora da Europa. Fica aqui uma incongruência sem nenhum sentido"

E mais. Francisco Louçã apontou ainda que "mesmo com estas eleições a realizar-se, não serão contados os votos de quem não traz cópia do Cartão do Cidadão... mas fora da Europa foram". "Esta confusão mantém-se". 

"Costa está preocupado que não se especule sobre nomeações"

Mas o que representa este atraso na tomada de posse do Governo e na vida nacional? O economista vincou, no mesmo espaço de comentário, que "cria algum condicionamento político". "O primeiro-ministro está muito preocupado em que não se saiba ou que ou não se especule - que não haja conflitos dentro do partido - sobre as suas nomeações", salientou, acrescentando: "Parece dar-se por certo só uma única - a do Presidente da Assembleia da República", onde se avança o nome de Augusto Santos Silva.

Já em relação ao Orçamento do Estado (OE), há "um efeito que tem relativa importância". E prende-se com as pensões: "O Governo poderia ter começado o aumento extraordinário das pensões. Não o quer fazer por uma questão de cálculo político. Com o OE a entrar em vigor em julho, as pessoas que são beneficiárias desse aumento vão receber 60 euros de retroativos. As pessoas lembram-se muito mais de receber 60 euros de uma vez do que 10 euros cada mês", vincou o economista. 

De recordar que o Tribunal Constitucional avançou, esta terça-feira, que, após vários partidos terem recorrido da decisão que levou à anulação de uma percentagem considerável dos votos dos eleitores emigrantes no círculo da Europa, tais atos eleitorais terão de ser repetidos

Já esta sexta-feira, ficou a saber-se que o  PSD apresentou uma queixa contra os membros das mesas de apuramento dos círculos da emigração que "se opuseram à separação de votos" válidos e inválidos nas legislativas, considerando estarem em causa crimes eleitorais de falseamento da verdade.

Leia Também: PSD apresenta queixa-crime contra membros das mesas de voto da emigração

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