Desde a sua fundação, o Chega tem vindo a ganhar uma maior expressão no contexto do panorama político nacional. Recentemente, tem-se discutido em que medida deve, ou não, ser rejeitada a candidatura do referido partido à vice-presidência da Assembleia da República (AR), que propôs Diogo Pacheco de Amorim para o cargo.
Se a questão aparenta não levantar dúvidas no seio dos partidos de esquerda, que se comprometem a votar contra essa proposta, as certezas não são tantas nos partidos mais à direita no espetro político nacional.
Neste contexto, o vereador do PS na Câmara do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, deixou uma crítica à forma como a direita tem vindo, na sua perspetiva, a dialogar e a estabelecer pontes com o Chega em tempos recentes, fazendo também uma menção ao acordo que tem possibilitado a governação nos Açores.
"Nova tese é que PS 'faz crescer o CH'. Como? Ignorando-o. Ao contrário, portanto, daquela direita que quer pontes, diálogo, enquadramento institucional. Para esses, consoante os dias, CH pode ou não fazer parte de soluções de Governo, estando ou não no Governo", lê-se na publicação feita pelo deputado na rede social Twitter.
Nova tese é que PS “faz crescer o CH”. Como? Ignorando-o. Ao contrário, portanto, daquela direita que quer pontes, diálogo, enquadramento institucional. Para esses, consoante os dias, CH pode ou não fazer parte de soluções de Governo, estando ou não no Governo.
— Tiago Barbosa Ribeiro (@tbribeiro) February 8, 2022
Neste contexto, Tiago Barbosa Ribeiro deixa um apelo, no mesmo post: "Sem 'ses' nem 'mas'. Não deixem o isolamento da extrema-direita ao PS e aos outros partidos da esquerda. A começar pelos Açores. É tão simples. Ou não?".
Isto porque, na sua ótica, as "reflexões" acerca da inclusão do Chega em soluções de governação "envolvem um partido com skinheads, fascistas, ex-bombistas, machistas, racistas e negacionistas". Deste modo, o deputado socialista considera que "a direita tem a solução óbvia para esvaziar o que considera estratégia do PS: fazer o mesmo".
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